Este ano tudo muda! Estarei com uma turma de Educação Infantil e minha experiência é pequena. Espero poder retomar o blog com tudo que ele tem direito, começando com os estudos.
Os posts a seguir tratam da criança de 4 e 5 anos, baseados nos estudos do livro "A criança dos 5 aos 10 anos" de Arnold Gesell, um ótimo livro para se conhecer melhor os pequenos e ainda os adolescentes. Além disso a minha experiência como professora me permite fazer algumas inferências relevantes para a sala de aula. Enfim, é um estudo que compartilho, não tendo a pretensão de se fazer valer para outras pessoas que não seja para mim, mas está à disposição para leitura dos que quiserem. Fiquem à vontade, como sempre, para comentarem, enviarem e-mails e falar comigo no msn.
Crianças...
A criança de 4 anos, segundo Gesell é bem ativa, irriquieta, com constantes atividades físicas, extrapola na sua imaginação, por isso atividades teatrais são atrativas e bem-vindas. além disso é importante compreender porque ela não vai ficar sentada na cadeirinha, podendo realizar suas atividades enquanto fala e se movimenta.
Ela improvisa nos desenhos e lhe dá nomes após fazê-los (raramente antes), mas ainda não tem um desenho definido totalmente, a figura de uma pessoa pode se metamorfoseiar-se com facilidade. Então é importante marcar o que ela disse ser o desenho, para evitar constrangimentos futuros e ainda não exigir que faça o mesmo desenho outra vez, pois certamente ele sairá diferente.
A criança dessa idade costuma conversar bastante, contar histórias incríveis (criança pode até não mentir, mas inventaaaaaaaaa), bastante criativas e por meio de suas fantasias procurar entender-se e entender melhor o mundo em que vive. É importante ouvi-la! Dê atenção à suas histórias, mas não leve tudo ao pé da fala.
A criança de 5 anos já mostra traços de personalidade marcados, dando mostras do adulto que pode se transformar. É uma idade preciosa, torna-se mais comedida que aos 4 anos, amadureceu. Precisa de tempo para consolidar o que aprendeu antes de lançar-se ao mundo novamente e começa a demonstrar desassossego aos 5 anos e meio, mais ou menos.
Essa criança sente-se muito segura em ambientes familiarizados e com as pessoas de sua família, sobretudo a mãe. Então preparem-se, pois ela pode chorar e muito nos primeiros dias de aula. O que é perfeitamente compreensível, já que estará provavelmente em um ambiente que ela ainda não conhece bem e irá sentir-se insegura e com medo. Existem algumas técnicas interessantes para que isso possa ser amenizado, tanto para orientar as famílias, como para que possamos recebê-las com mais segurança:
- "O comportamento dos pais influencia muito a reação da criança ao primeiro dia de aula. Para que o pequeno aluno não fique inseguro ao colocar os pés no novo ambiente, os pais devem transmitir a segurança de que aquilo é o melhor para ele... é muito importante que os pais procurem ter contato e obtenham confiança na professora que cuidará de seus filhos, porque ela assume uma função materna... É até esperado que eles apresentem problemas no início...a criança que não tenha uma reação, mostrando ao menos um pouco de medo e insegurança no início do convívio em um ambiente novo, pode estar apresentando falta de vínculo familiar ou mesmo falta de espaço para se expressar; ela pode estar sendo muito cobrada pelos pais, que exigem um primeiro dia de aula sem choro. No começo, essas crianças parecem ser as que menos estão sofrendo, porém a dificuldade aumenta com o tempo e a crise é muito maior posteriormente...é importante ter disponibilidade para passar algum tempo na escola na fase de adaptação da criança (geralmente uma semana)... ficar de olho na atenção que a escola dá ao problema... quando a criança reage à saída da mãe com pânico mesmo depois de algumas semanas de aula, essa deve ser considerada uma adaptação difícil, mas que pode ser trabalhada com a direção da escola, junto aos pais ou mesmo com a ajuda de um profissional especializado. Enfim, todos os problemas podem ser resolvidos quando recebem a merecida atenção, principalmente dos pais, que devem estar sempre atentos ao comportamento de seus filhos." Psicanalista Infantil Vera Zimmermann.
Fonte: http://www.alobebe.com.br ( há mais informações no site, sobre crianças de 2 e 3 anos inclusive. Vale a pena ver!)
- "...a melhor maneira de fazer seu filho ir para a escola é conversando muito com ele, mostrar os pontos bons de uma escola, incentivá-lo a buscar cada vez mais conhecimento nas aulas e a visualizar isso como algo divertido. Frisar pontos como o de conhecer amigos também ajuda a criança a perder o receio de ficar em uma escola...
Buscar entender o porquê disso. Converse com a criança, veja se ela tem brigado com colegas, se a professora o amedronta, se ele está com medo de não aprende. Certas crianças não contam o que vivem na escola, por isso, os pais de maneira amigável e calma devem buscar um diálogo. Saber como convencer a criança a ir para escola é muito importante, brigar com seu filho e tentar obrigá-lo apenas piora a situação.
Saber como é o trabalho da professora, o ambiente de classe e o convívio da criança em ambiente escola é necessário para que os pais e responsáveis tenham noção de como agir em determinados momentos.Faça já do caminho algo divertido, se possível. Nos primeiros dias leve a criança para o local. Muitos pais acabam contratando vans, o que é mais que normal, mas a criança pode se sentir mais segura indo com o responsável nos primeiros dias. É tudo uma questão de paciência e dedicação, sem esquecer da conversa no dia-a-dia."
Fonte: http://www.mundodastribos.com/
- "As escolas maternais (leia-se de Educação Infantil também, segundo a minha opinião) devem oferecer programas de adaptação no início do ano, visando evitar sofrimento desnecessário para a criança. Devem esclarecer e tranqüilizar as mães, aumentar sua confiança na escola e permitir a elas que acompanhem seus filhos nos primeiros dias, até que o pequeno se integre ao grupo da sua sala de aula.
Como fazer isso? – É necessário um encontro entre as mães de "primeira viagem" e todo o pessoal da escola; nesse diálogo a mãe pode conhecer melhor o funcionamento da escola, como se organiza, as atividades, o material que a criança vai usar e seus objetivos; conhecer o pessoal;
As professoras são qualificadas? Têm experiência? Têm uma relação estável de emprego que lhes dê segurança? Quem atende as necessidades das crianças individualmente? Pode trocar idéias com as outras mães.
Nesse encontro, a escola deve explicar o seu programa de adaptação, fundamentá-lo, envolver as mães nele. Tudo isso trará a elas um pouco mais de segurança, clareando a questão.
Por sua vez as mães devem procurar prever com antecedência esse acontecimento tão importante para seu filho que é "ir para a escola" e procurar reservar alguns dias para isso. Procurar matricular a criança respeitando o início do período letivo é importante para poder participar plenamente dos programas que as escolas oferecem.
Desta forma a criança "experimenta" a escola sem precisar se afastar da mãe. Com a mamãe presente, ela se familiariza com o ambiente, cria laços afetivos com a "tia", participa das primeiras atividades escolhidas entre as que mais atraem. E fará isso tranqüila, com o apoio da presença da mãe, e assim descobre que a escola é boa, a tia é amiga, as atividades são gostosas, que sempre chega a hora de ir embora para casa.
Em poucos dias, enfim, consegue aceitar a ficar sozinha na escola. É importante que a mamãe se despeça, afirmando que vira buscá-la quando acabar a aula. Pode até ser que ainda haja um chorinho, mas já não será o pânico que às vezes observamos nessa situação de primeiro dia de aula.
Ficando na escola alguns dias, a mãe pode observá-la funcionando: as crianças em atividade; suas reações no relacionamento com colegas e tias. No geral essa experiência confirmará (ou não) sua confiança na escola reafirmando sua decisão em deixar a criança frequentar, ajudando-a a não se deixar chantagear mais tarde com eventuais birras (também acontecem) do pimpolho e não cair na armadilha do famoso "se você não chorar, eu trago um presente...", que é tão deseducativo e deformador do caráter." Ana Maria - pedagoga e fundadora do Catavento.
- "Prepare a criança para o ingresso na escola. Essa preparação deve incluir desde uma visita às instalações do colégio até a compra de material escolar. O entusiasmo dos pais também pode ajudá-la a criar uma expectativa positiva sobre sua ida à escola, desde que o entusiasmo seja natural e não exagerado.
•Quando a criança tem irmãos mais velhos que já frequentam a escola, isso contribui para que ela entenda que, assim como os pais vão para o trabalho todos os dias, os filhos vão à escola. Outra vantagem é que a criança lida melhor com suas fantasias de abandono. É comum algumas crianças resistirem à escola com medo de que os pais não voltem para apanhá-las mais tarde. Quando observam que isso não ocorre com os irmãos, conseguem controlar mais facilmente esse tipo de ansiedade.
•Muitas escolas adotam um horário reduzido na primeira semana ou no primeiro mês de aula, com o objetivo de auxiliar na adaptação da criança. Essa medida, em geral, é muito boa, pois diminui o tempo de separação dos pais e a criança pode ir acostumando-se aos poucos com o novo ambiente.
•Mais importante que tudo é que os pais controlem sua própria ansiedade. Quanto mais ansiosos eles se mostram, maior é a ansiedade da criança. A mãe cujos olhos se enchem de lágrimas ao deixar o filho na porta da escola sinaliza para ele que algo doloroso está para acontecer e o resultado é inevitável: choro e pânico, muitas vezes de ambas as partes. Quanto mais naturais e tranquilos os pais se mostrarem, melhor para a criança.
•Antes do primeiro dia de aula, é preciso pensar sobre a melhor medida a tomar se a criança começar a chorar na porta da escola. Para isso, é bom conversar com a direção ou os professores para saber qual a posição da escola nesses casos. Muitas insistem para que a criança fique, porque sabem que ela acaba se acostumando com o ambiente no decorrer do dia e até gostando. Outras preferem que os pais fiquem por perto (mas não à vista) para o caso de a criança realmente ficar muito ansiosa. Independentemente da medida a ser tomada, é importante que os pais não permitam que o filho utilize o choro como uma forma de não ficar na escola. Quando isso ocorre, é muito mais difícil retomar o processo de adaptação e, muitas vezes, a escola acaba ficando para o ano seguinte.
•Se a criança começar a apresentar sintomas físicos, como vômitos ou desmaio, à medida que o horário de ir para a escola se aproxima, é importante averiguar o motivo, que pode ser mais grave que a ansiedade da adaptação. É recomendável que os pais compareçam à escola e procurem saber se ocorreu algum fato que deixou o filho assustado. Também é importante que avaliem a necessidade de um acompanhamento profissional. "
- A atitude da professora "deve ser de aproximação, respeito, afeto (sem ansiedade nem agonia) e de tranquilidade diante das reações típicas da falta de adaptação: choros, ataques, raivas, etc."
Chame a criança pelo seu nome e lhe diga o seu. - Ajuda muito conhecer alguns traços gerais da personalidade da criança, por conversa com os pais ou com a antiga professora.
- Tente “criar um clima de segurança afetiva para que a criança se sinta segura de si mesma individual e coletivamente”. Quando chegar "alguma criança nova, os que são do ano anterior, ou que já levem vindo uns dias, encarreguem-se de mostrar-lhe a sala, dizer-lhes seus nomes, o que gostam de brincar, etc. É importante que a criança se sinta à vontade nesse espaço, que o conheça, e transite nele para conseguir que afetivamente lhe diga algo. Que seja algo seu. Assim devemos tentar familiarizá-los com a distribuição do material, seu espaço para guardar seus materiais, espaço que ocupa no chão na hora das brincadeiras, etc. Igualmente a criança deve adaptar-se ao novo espaço que lhe corresponde no refeitório: em que mesa se senta, em que lugar, ao lado de que amigos, etc." Leve a criança pelo famoso passeio pela escola:
"ESPAÇOS INTERNOS: Outras salas, cozinha, enfermaria, escritório, banheiros, etc.
ESPAÇOS EXTERNOS: Pátio crianças maiores, pátio de pequenos, árvores, grades, arredores da escola.
PESSOAS: Pessoal da cozinha e da limpeza, outras educadoras, médico, coordenador, pessoal da manutenção, etc., com as funções que cumprem cada um deles.
- Deve-se considerar a angústia que implica aos pais separar-se de seus filhos e ter em conta o sentimento de culpa que isso acarreta. Tentemos compreender suas ansiedades, e a melhor forma de fazê-lo é falando-lhes com segurança e afeto que que se dêem conta que conhecemos tanto sua situação como a das crianças, de tal forma que tenham absoluta segurança de que seus filhos vão adaptar-se muito bem à escola. Uma boa forma de entrar em contato com os pais é a entrevista, ou entregar-lhes e comentar-lhes a folha informativa (ou agenda da criança) sobre a adaptação. "
Fonte: http://br.guiainfantil.com/
- " A criança deve ser incentivada a ir à escola: a família deve falar disto com animação.
- Devem ser evitadas longas explicações que possam gerar insegurança ou desconfiança.
- É fundamental levar a criança para conhecer a escola antecipadamente e deixá-la se ambientar durante algum tempo, à vontade.
- É preciso tomar cuidado com as mensagens contraditórias (como por exemplo, oferecer recompensas pela ida à escola, tratá-lo como "coitadinho" por estar tendo que acordar cedo para sair ou outros motivos quaisquer etc.).
- Os pais precisam conseguir um tempo flexível para ficar na escola durante o processo, de acordo com a orientação da coordenação pedagógica. Havendo revezamento entre os pais, ou se precisarem contar com a ajuda de outra pessoa, ela deve ser muito familiar à criança e deverá estar a par das orientações da escola quanto ao período de adaptação.
- Será preciso que compreendam que o choro na hora da separação é muito comum e que ele não significa necessariamente que a criança não queira ficar na escola.
- Da mesma forma, a ausência de choro muitas vezes também não quer dizer que ela não esteja sentindo a separação.
- Evitar comentários sobre as atitudes da criança na sua frente.
- A criança deve ser levada caminhando e desta forma ser entregue à professora. É sempre mais difícil sair do colo de alguém conhecido.
- Mais adiante, será preciso incentivar a criança a ficar na creche, dizer sinceramente que estão indo embora e explicar quem virá buscá-la. Desta forma, ela vai conseguindo ganhar confiança de que voltará normalmente para casa.
- É preciso que procurem ser carinhosos, mas firmes, sem demonstrar dúvidas sobre se ela vai ficar bem.
- Os pais devem despedir-se naturalmente e nunca sair escondidos. A criança fica muito desconfiada e insegura com esta atitude.
- É muito importante, ainda, que os pais se lembrem de que cada criança é única, e que, assim, cada período de adaptação será também único e individual. Evite fazer comparações entre a adaptação de coleguinhas ou irmãos.
- Em casa, organizar a rotina de forma que a criança não se sinta apressada para sair para a escola, tirando-lhe parte de seu prazer.
- Incentivá-la a organizar um espaço para guardar os pertences da escola, assim como uniformes e merendeiras.
- Organizar um espaço de estudo tranqüilo e individual.
- Combinar um horário de estudo com a criança (quando houver).
- Dar atenção aos deveres de casa de um filho é muito importante. Desta forma, os pais saberão o que a criança está aprendendo e terão mais uma oportunidade de troca com ela.
- Será muito útil ainda perguntar as novidades na volta da escola, ajudando a fixar os aprendizados e as novas descobertas.
- Quando a criança levar lanche, incentivá-la a ajudar a preparar seu lanche ou a escolher entre algumas poucas opções.
Mesmo com tudo isso é inevitável sentir-se constrangida perante o choro dos pequenos. Não se culpe, nem fique ansiosa, pois é normal sentir-se assim, afinal é um ser humano que sofre e você já sabe porque ele está sofrendo. Mantenha-se calma, JAMAIS segure a criança, ou tente obrigá-la a ficar. Minha pouca, mas valiosa experiência já viveu situações em que os pais ou choram junto, até antes da criança, deixando-a apavorada. Imaginem o que ela pensa, quando o pai a larga chorando. Deve achar que no mínimo ficar na escola é algo que dói. Se isso acontecer, chame o pai de lado, fora do alcance da criança, principalmente auditivo, e diga-lhe do incoveniente de sua situação, peça que evite a cena na frente do pequeno. Há também aqueles que ficam indignados se o filho sai independente e não lhe dá muita atenção e também choram, posterior a entrada do filho e também necessitam de orientação. E ainda tem os que deixam a criança viram e saem, quando não lhe dão uns tapas, porque "precisam ir trabalhar". As aspas não tira a veracidade do fato, o problema é que ele não é motivo para agir assim. De todo jeito é necessária uma paciência monstra de nossa parte, a segurança de estar fazendo o seu trabalho de forma correta, sem dar ênfase a nenhuma dessas situações e ainda orientando os pais quando isso se fizer necessário.
Existe uma brincadeira também, de que a mãe deixa algo com a criança dizendo que vem buscar depois. Parece bobo, mas eu já vivi isso e deu certo, com uma criança, com a outra não. A criança tinha certeza de que a mãe viria buscar a carteira vazia, mas não tinha certeza de que a buscaria. Portanto, qualquer coisa que saibamos sobre esse assunto nunca é demais, o ser humano é muito complexo para que deixemos de lado alguma informação. Assim, tudo o mais que eu encontrar sobre esse assunto postarei aqui.
continua...