São tantos os meus pensamentos quando penso em educar um aluno... Seja ele criança, adolescente ou adulto. Eu educo? Ou ele se educa e eu auxilio nessa educação? Eu formo alguém? Eu realmente ensino algo?
Como dói para mim ouvir alguém dizer: "Eu transmito conhecimento." Esse "transmito" me soa tão prepotente quanto ignorante. E me corta por dentro, como uma faca afiada cheia de dentes.
Então penso nos pais que deixam seus filhos na escola, no que eles esperam de nós. Penso nos pequenos, no que eles esperam de nós. Lembro do que eu esperava da escola.
Penso no que os adolescentes esperam. No que os adultos esperam.
Todos tem tantas expectativas tão diferentes... E temos um currículo único, em um tempo único, para todos.
Assim nascem as cobranças, as angústias, as frustrações.
Será que sempre foi tão difícil ser professor?
Vejo colegas tão saudosos... Do tempo em que fazer o para casa era obrigação do aluno, estudar para as provas também. Do tempo em que férias eram férias... Não havia recesso.
Aqui em Ribeirão não vejo ninguém dizer: "Coitada, ela é professora!", mas lá em Uberaba, eu ouvia isso direto. Não sei bem se por causa do salário, que lá é uma miséria e ainda é maior do que em muitos lugares do nosso país, ou se por causa das condições, ou ainda se por causa da banalização da nossa profissão mesmo.
E ainda penso...
Quem nesse país... dos que estão trabalhando e dos muitos que não estão, que não estiveram conosco? Quem não precisou que lhes ajudassem a segurar um lápis? A saber onde era a linha? Como virava a folha e segurava o livro de histórias? Quem não ouviu a recomendação para comer de boca fechada e para lavar as mãos antes e depois de usar o banheiro? Quem não ouviu um "Tente de novo, querido! Você é capaz!"?
E então me pergunto: Onde foi que deixamos de ser necessários? Quando foi que nos deixamos desvalorizar tanto a ponto de termos de assumir papéis que definitivamente não são nossos e que nos fazem deixar o nosso papel ficar a desejar tanto assim? Opa! Qual é mesmo o nosso papel?
Servidor Efetivo x Servidor Estável: Traço Distintivo0
A efetividade e a estabilidade são institutos jurídicos distintos, sendo que a natureza de um não pode ser confundida com a de outro.
Enquanto que a efetividade representa o modo de preenchimento do cargo que contempla esta natureza por pressupor a permanência e continuidade do servidor no exercício das suas atribuições, a estabilidade é a garantia de o servidor efetivo permanecer no serviço público após três anos de efetivo exercício em cargo de provimento efetivo, nos termos do art. 41 da Constituição Federal, só podendo ser dele afastado se configurada uma das hipóteses prevista no art. 41, § 1º. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º. O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. § 4º. Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 19/98) Odete Medauar, ao abordar a matéria, explica:
O cargo efetivo é aquele preenchido com o pressuposto da continuidade e permanência do seu ocupante. Ao se nomear alguém para um cargo efetivo, há o pressuposto de permanência da pessoa no desempenho das atribuições. Este é, portanto, o sentido do termo efetividade. É a nomeação para cargo efetivo que possibilita a aquisição da estabilidade ordinária ou comum, conforme prevê o art. 41 da CF, onde figura o termo “efetivo”; não é o concurso público que possibilita a aquisição da estabilidade; é o modo como o cargo é provido, ou seja, o provimento efetivo. Aliás, a lei, ao criar o cargo, indica o modo pelo qual é preenchido, em geral usando a expressão “de provimento efetivo, mediante concurso público”. Portanto, não se deve confundir efetividade com estabilidade. A efetividade é modo de preenchimento do cargo, ligado à possibilidade de permanência do seu ocupante no exercício das atribuições respectivas; a efetividade propicia a aquisição da estabilidade ordinária, após três anos de exercício. A estabilidade, por sua vez, expressa o direito ao cargo pelo modo como poderá ser perdido; a Constituição Federal, no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169, prevê que o servidor estável só perderá o cargo: a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado; b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, assegurada ampla defesa; d) para possibilitar que as despesas com pessoal não excedam limites estabelecidos em lei complementar.
Dessa maneira, identifica-se que embora a efetividade seja pressuposto para o alcance da estabilidade, por determinação expressa do texto constitucional em estudo, ser servidor efetivo não significa ser servidor estável, haja vista esta última condição ser alcançada somente depois de transcorridos os três anos de efetivo exercício de cargo de provimento efetivo e desde que o servidor tenha sido aprovado no estágio probatório.
O servidor é efetivo desde o momento em que foi nomeado para exercer cargo de provimento efetivo ao qual foi aprovado mediante a realização de concurso público de provas ou de provas e títulos, nos termos do art. 37, II, da Constituição Federal.
Art. 37. ...
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucional nº 19/98) Para ser estável, entretanto, o servidor precisa cumprir o prazo previsto no caput do art. 41 da Constituição Federal, bem como ser aprovado no estágio probatório. Por fim, recuperam-se as explicações de Hely Lopes Meirelles sobre efetividade estabilidade: Não há confundir efetividade com estabilidade porque aquela é uma característica da nomeação e esta é um atributo pessoal do ocupante do cargo, adquirido após a satisfação de certas condições de seu exercício. A efetividade é um pressuposto necessário da estabilidade. Sem efetividade não pode ser adquirida a estabilidade.
...
A estabilidade é um atributo pessoal do servidor, enquanto a efetividade é uma característica do provimento de certos cargos. Daí decorre que a estabilidade não é no cargo mas no serviço público, em qualquer cargo equivalente ao da nomeação efetiva. O servidor estável pode ser removido ou transferido pela Administração, segundo as conveniências do serviço, sem qualquer ofensa à sua efetividade ou estabilidade. O estável não é inamovível. É conservado no cargo enquanto bem servir e convier à Administração. ... Sendo a estabilidade, como já vimos, um atributo pessoal do funcionário, acompanha-o em todas as suas nomeações efetivas para o serviço público. Assim, um servidor efetivo que venha a ser investido, em caráter efetivo, em outro cargo conserva a estabilidade adquirida anteriormente. Mas, se não aprovado no estágio probatório do novo cargo, será reconduzido ao cargo anterior (Lei federal 8.112/90, art. 2o, § 2o ).
O servidor estável – melhor diríamos estabilizado -, por ter satisfeito as três condições constitucionais para a aquisição dessa situação funcional – concurso público, nomeação efetiva e estágio probatório -, não pode mais ser exonerado por conveniência da Administração, nem demitido sem apurar a infração em processo administrativo ou judicial, que sirva de base à aplicação da pena demissória (CF, art. 41, § 1o). ... Ao servidor estável garante, ainda, a Constituição o direito de se reintegrar no mesmo cargo, quando invalidada por sentença judicial a demissão, e o eventual ocupante da vaga será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (CF, art. 41, § 2o). Neste caso, verifica-se que a estabilidade do servidor nomeado para ocupar o lugar do demitido não mais depende da decisão judicial favorável à Administração. Realmente, decorrido o prazo do estágio probatório, mesmo na pendência de ação anulatória da demissão, esse funcionário será estável para todos os efeitos.
Nunca gostei de revistas ou jornais tendenciosos, pois bem sabemos que o juramento dos jornalistas diz "A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público,
combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres
humanos em sua singularidade e na sua luta por dignidade".
Lendo a reportagem da referida revista senti-me colocada em tom pejorativo, ou seja desvalorizada em minha profissão e na luta que travo todos os dias com o descaso à educação, o qual a revista só reforçou. Em reportagem totalmente contrária ao seu juramento essa infeliz revista diz:
"As avaliações oficiais para medir o nível do ensino no Brasil têm se prestado bem ao propósito de lançar luz sobre os grandes problemas da educação – mas não fornecem resposta a uma questão básica, que se faz necessária diante da sucessão de resultados tão ruins: por que, afinal, as aulas não funcionam? Muito já se fala disso com base em impressões e teoria, mas só agora o dia a dia de escolas brasileiras começa a ser descortinado por meio de um rigoroso método científico, tal como ocorre em países de melhor ensino. Munidos de cronômetros, os especialistas se plantam no fundo da sala não apenas para observar, mas também para registrar, sistematicamente, como o tempo de aula é despendido."
Eu poderia ser sarcástica, mas não sou assim, portanto vou me pronunciar de outra forma. Todos os professores reconhecem que há falhas na educação, pois ao ver um aluno que tivemos no Ensino Fundamental envolvido com drogas, desprovido de limites, ou mesmo envolvidos em situações tristes, que mostram que houve falhas em sua educação, sentimos a dor da perda e sempre nos perguntamos se fizemos tudo o que podíamos por eles. Ledo engano de quem acha que professor só ministra aulas. Além de provocar nossos alunos para que despertem a curiosidade e a vontade de aprender, nós também somos responsáveis por educá-los para a sociedade, palavras como por favor, obrigado, com licença infelizmente são muitas vezes ensinadas e usadas só na escola. Além de termos os alunos de inclusão que não são considerados inclusão. Fico a pensar se eles são só a "massa" mesmo. Pois são alunos que nasceram de familias humildes, cujos pais usaram drogas antes e durante a gestação, possuem muita dificuldade para aprender e só quem liga para eles é o professor, os outros os tratam ou como estorvo, ou como coitadinhos marginalizados pela sociedade. E dentro desse contexto a revista pergunta: "por que, afinal, as aulas não funcionam?" Tudo bem, do fundo da incapacidade que eles dizem que eu tenho, eu respondo: Porque a educação, de maneira formar um cidadão, um sujeito de sua história, nunca foi responsabilidade só da escola. Educação é familiar, escolar, social. Embora pessoas desinformadas se atrevam a julgar tão mal o que desconhecem, comprando falas alheias e tentando torná-las verdadeiras e incontestáveis.
A reportagem ainda diz:
"Tais profissionais, em geral das próprias redes de ensino, já percorreram 400 escolas públicas no país, entre Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. Em Minas, primeiro estado a adotar o método, em 2009, os cronômetros expuseram um fato espantoso: com aulas monótonas baseadas na velha lousa, um terço do tempo se esvai com a indisciplina e a desatenção dos alunos. Equivale a 56 dias inteiros perdidos num só ano letivo... Das visitas que fez a escolas nos Estados Unidos, o pedagogo Doug Lemov depreendeu algo que a breve experiência brasileira já sinaliza: "Os professores perdem tempo demais com assuntos irrelevantes e se revelam incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital"."
Gostaria de saber se esse senhor conheceu mesmo s escolas que visitou, se todas tinham laboratório de informática, se os mesmos estavam funcionando, se teve a curiosidade de ver como são as aulas nos mesmos. Já que não deram essas informações creio ser incoveniente firmar-me nessa fala... Todos trabalhamos com os recursos que temos. Ou alguém já deixou de trabalhar porque não tinha o material devidamente necessário? Não conheço professor que tenha feito isso!
E ainda tive que ler:
"Numa manifestação de flagrante corporativismo, os professores brasileiros chegaram a se insurgir contra a presença dos avaliadores dentro da sala de aula. Em Pernambuco, o sindicato rotulou a prática de "patrulhamento" e "repressão". Note-se que são os próprios professores que preferem passar ao largo daquilo que a experiência – e agora as pesquisas – prova ser crucial: conhecer a fundo a sala de aula. Treinados pelo Banco Mundial, os técnicos já se puseram a colher informações valiosas. Afirma a secretária de educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin: "Pode-se dizer que o cruzamento das avaliações oficiais com um panorama tão detalhado da sala de aula revelará nossas fragilidades como nunca antes". Nesse sentido, os cronômetros são um necessário passo para o Brasil deixar a zona do mau ensino."
Sinceramente não vi nessa ação, até agora, muito menos nessa reportagem, uma resposta, ou um estudo direto sobre a qualidade da educação brasileira. Vi sim e muito triste uma "caça às bruxas", procuram culpados e não soluções e os professores foram os escolhidos para queimar na fogueira. Claro que os envolvidos nessa reportagem tiveram professores, pois se não o fosse não poderiam ter escrito. Imagino a dor da perda que eles sentem agora... Se a resposta são cronômetros, que tentem, pelo menos estão fazendo algo do nosso dinheiro. Quem sabe um dia, após terem culpado tanto quem não tem responsabilidade sozinho e apesar de saber disso, continua agindo como se tivesse, haja mais respeito e uma real preocupação em melhorar a educação.
No site do Mec podemos encontrar escrito
"Como se tornar um professor?
Saiba como se tornar o profissional que vai formar outros profissionais para o nosso país."
Algum comentário?
A criança é inocente quando precisa explicar como as coisas acontece, meio fantasiosa, ela diz que Deus sopra as nuvens, São Pedro lava o céu e por isso chove.
Conversando bastante, ela acrescenta várias palavras ao seu vocabulário e as usa. Quase não tem mais o vocabulário infantil. As rodas de conversa são bem-vindas nesse momento. Ela gosta de contar histórias, pode exagerar, mas não faz invenções fantasiosas demais.
Algumas crianças ficam assustadas com trovões, filmes de terros, ou histórias terríveis que lhes contam. Cuidado ao mencionar nosso folclore. Também podem sentir medo se acordam e a mãe não está presente, tendo crises de choro. Podem ter pesadelos sobretudo com animais terríveis. É bom tranquilizá-las com uma conversa calma e franca de que tais criaturas não existem. Não fantasie as explicações ou poderá assustá-la mais do que já está. Deixe-a segura, a mamãe não está lá, mas você está e outros adultos também. Ela está protegida.
A criança de 5 anos está muito apegada a mãe. Atende-lhe prontamente, gosta de ajudar em casa, gosta que ela leia histórias. Os castigos impostos pela mãe são obedecidos. O apego é tanto que quando algo vai mal ela culpa... a mãe! A ligação é realmente muito forte.
A criança tem um pequeno entendimento entre o ontem e o amanhã, mas sua relação principal é com o agora e do eu. Então o outro ainda é algo distante. Pode distinguir o lado direito do esquerdo em seu próprio corpo, mas não consegue ainda distingui-lo no corpo do outro. Seria portanto conveniente que ao se tratar de atividades com essa percepção o professor contribua para o entendimento do pequeno, virando-se de costas para ele, assim, na mesma posição a criança começa a compreender o corpo do outro e fica maravilhada, quando percebe que por "mágica", o anel dessa mão consegue passar para aquela, até perceber que o professor apenas se virou.
OBS - Aqui abrimos margens para vários estudos. Aliás elas se abrem em todo momento, mas quero ressaltar que não vejo limites no pensamento sobre tudo o que leio e aqui escrevo. O livro de Gesell tem sido muito útil, aliado a minha prática em sala de aula, mas nem ele, nem o meu bruto conhecimento deixam ofuscadas as oportunidades de estudo que se apresentam. Sei portanto que há muito mais do que aqui está escrito. Lembro que todas as contribuições são bem-vindas, até porque uma cabeça sozinha é apenas uma cabeça sozinha...
Voltando aos pequenos... ainda não consegue perceber o ponto de vista do outro, precisa de ajuda para aprender isso.
Lembro agora de algo que já postei aqui no blog, um episódio muito esclarecedor... Era uma briga entre crianças, meninos e meninas, todos amontoados entre pequenos socos e fortíssimos pontapés (minhas canelas tem memória). Ao chegar no meio do bolo, ele se desfez. Alguns assustados, outros ofegantes, uns ofendidos e outros indignados... "Foi ela tia, foi ela!", "Não fui, foi você que me chutou!", "Foi ele tia, eu vi!", "Não foi tia, foi ela que mordeu ele primeiro e depois ela e ela me seguraram e me bateram bem aqui ó!". Sim, eu fiquei tonta, a gente sempre fica... Briga é briga! Levei todos para a sala que usava na época e nos sentamos. Um copo com água, um colo, um "Vem cá, deixe-me enxugar os eu rosto...", aos poucos foram voltando a respirar. Bem... agora tudo calmo, "Vamos lá, um de cada vez, (importante dizer isso bemmm no começo da conversa e lembrar todo segundo necessário depois) digam-me, o que houve." Estabelecida a ordem de quem deveria começar a contar a história, ouvi todos e descobri que todos tinham a mesma versão, em que mudava apenas o primeiro a ter batido. Era uma brincadeira... de bater! "Não é bater tia, é lutinha!", "É, mas você me bateu!!Grrrr!". "Calma, calma." Mais copo com água, mais colinho e fez-se a LUZ!! - Crianças acreditam que brincando de bater, como nos desenhos, não vai doer, como nos desenhos! Acontece... que dói! Então o colega a traiu, ele não brincou, ele bateu de verdade, porque doeu de verdade! Nesse instante agradeci Emília e Ana!! E ainda ao meu querido (e judiado - vergonha!) professor Pacheco. Que bom que perguntei e não tomei minhas próprias conclusões!
Adivinhem a carinha deles, os olhinhos, quando souberam que no Pernalonga, no Papa-Léguas e principalmente no bentido do Picapau não dói, porque eles são desenhos!! Mas na gente dói, sempre!!!
Foram abraços, beijinhos, pedidos de desculpas e lá se foi uma turma rindo, feliz da vida de volta para o recreio.
Um pequeno urubu (há urubus por toda parte) disse num enorme sorriso: "Ah, criança é sempre criança! Olha aí ó, brigaram feito cão e gato, agora sai tudo amontoado de novo. Já já estão brigando outra vez! É sempre assim!".
Tudo bem que podem brigar de novo, afinal que o desenho é só um desenho é algo que a gente aprende, ninguém nasce sabendo... Mas eu pensei bem comigo: " _Ah é, urubu, não estuda não pra você ver!"
Desabafos a parte, voltemos às crianças.
Pela história (real), podemos perceber como elas precisam de ajuda para compreender o mundo e o outro. Já conseguem se posicionar perante um acontecimento, mas não conseguem ainda perceber o que o outro pensa ou sente.
Ela é muito prática, não tem tantos romantismos. "A colher serve para a sopa, o pônei para montar e o pelo dele não é colorido! Só se você pintar com tinta." As fantasias exageradas a deixam confusa e aborrecida, então nada de filminhos com Barbies encantadas, melhor um que tenha animais, aventuras.
Ela já consegue desenhar uma pessoa com cabeça, tronco, membros, nariz e olhos. Como a criança já identifica quantidade, consegue fazer os dedos nas mãos em seus desenhos, que até então teriam ora um, ora outros. Consegue traçar figuras geométricas planas e algumas letras maiúsculas, fazendo às vezes comparação dessas com pessoas ou objetos que conheça.
PS -Estou um pouco perdida quanto ao tamanho dos posts, tento dividi-los de forma a não ficar com a leitura cansativa, mas se acharem que estão pequenos ou divididos demais, por favor falem e dou um jeito nisso...
A criança de 5 anos é mais ponderada que a de 4. Pensa mais antes de falar. Como já dito gosta de responsabilidades e privilégios, dos quais sinta que pode dar conta, mas não lhe agrada muito desafios, podendo explodir se sentir-se pressionada, o que logo passa.
Tem senso de humor, às vezes brinca dizendo que não fez algo que se espera dela e se diverte ao ver que as pessoas se decepcionam com isso, mas depois todos vêem que ela o fez. Então ela não é mentirosa, apenas diverte-se vendo humor nessas situações.
Gostam de aprender para sentir a aprovação social, pedem ajuda e a aceitam se sentem necessidade, como já dito, gostam de pedir licença e aguardar para tê-la. Portanto é um bom momento para se trabalhar a vida em sociedade. Os famosos combinados de sala, a discussão entre o que se pode ou não fazer e o porquê disso tudo, pois apesar de demonstrar interesse em aprender está envolvida demais no seu mundo pessoal e tem suas atitudes pelo que quer que os outros pensem dela e pelo que está sentindo por ela mesma, não pensando em comunidade.
Realiza atividades em grupo com poucos colegas, mais preocupada na sua atividade do que na do grupo. Lida bem entre meninos e meninas, sem fazer distinção, mas competindo por alguns papéis que já sejam entendidos por ela, como em uma dramatização, quem vai fazer o papel masculino e o feminino.
Eram 4 cores de estrelas com os seguintes valores:
Estrelas vermelhas - valiam por qualquer atividade cumprida, desde uma atividade escrita, a participação em uma brincadeira ou atividade oral, a realização de um trabalho, etc.
Estrelas verdes - valiam 5 estrelas vermelhas, ou seja, a cada 5 vermelhas, trocava-se por uma verde. Elas valiam para trabalhos mais elaborados, ou quando a turma estava desistindo de ganhar a vermelha.
Estrelas amarelas - valiam 10 estrelas vermelhas ou 5 verdes - eram essas que eram contadas no final do mês (como as crianças eram maiores o prazo para trocar a estrela podia ser estendido, com crianças mais novas recomendo fazer a troca semanalmente, ou elas desestimulam). Eram dadas para atividades complexas, como um trabalho a ser apresentado para a turma, ou escrito, um desafio resolvido, por boas ações dentro da escola.
Estrelas azuis - valiam 10 estrelas amarelas, mas ATENÇÃO, não se podia trocar estrelas amarelas em azuis!! Coloquei-as em uma caixa forrada com veludo preto, pois elas eram super especiais, eram dadas por atitudes inesperadas, descobertas, em grandes desafios.
No final do mês eu contava as estrelas, então o aluno que tivesse mais estrelas amarelas ganhava um presente. E eu dei bons presentes. Só houve um empate, entre duas alunas, as duas ganharam um despertador das princesas.
Para contar as estrelas eu contava de cinco em cinco, se não completava 5, não valia. Ex:
7 estrelas verdes valeriam 1 estrela amarela, pois 5 verdes = 1 amarela e 2 verdes não valiam nada.
No começo eu contava todas, mas as que sobravam alguns alunos recortavam e colavam na folha do mês seguinte.
Na turma do 2° ano eu mesma colava as estrelas, com o 4° ano, eles colavam. Primeiro fizemos na última folha do caderno e eles mesmos decidiram como iam organizá-las. Foi a primeira tabela da turma e haja discussão. Por fim fizeram uma coluna para cada estrela e cada um enfeitou como quis.
Depois, como as estrelas acabaram misturadas, decidimos fazer a tabela em uma folha, uma por mês, no final, quando eu contava as estrelas, jogava a folha fora e dava outra para o mês que começava. Assim não tivemos mais problemas.
Também recomendo um furador de estrelas, pois uma professora, amiga minha, recortou as estrelas e teve a infeliz surpresa de tê-las falsificadas.
Como se dá estrelas para todas as atividades é praticamente impossível que algum aluno não ligue para elas. Tive só um que falou que não se importava, mas como ele realizou um feito e ganhou uma azul, logo elas voltaram a ter importância. Não tive choro, nem reclamações por não terem ganho alguma vez. E como foram só 11 premiados (2 em um mês), achei que a turma foi bem madura.
Claro que além da equipe da escola concordar é necessário ver como a turma reage, porque sabemos que receitas didáticas só tem um resultado = fracasso! Então não fique triste, nem se sinta culpado se der errado. Isso também é aprendizado e assim buscamos novas formas de agir.
Alguns colegas criticam essa prática, dizem que é uma forma errada de se ensinar algo. Bemmm, aí temos alguns pensamentos:
Eu não ensino nada a ninguém, os alunos aprendem e eu interfiro onde penso que devo, provoco, ajudo-os a pensar;
Eles tinham a opção de não fazer a atividade, o que implica na nota, a estrela poderia então ser uma nota enfeitada? Não, eles não ligavam para nota, mas para as estrelas.
Depois de um tempo, alguns tomam gosto por aprender e acabam nem ligando tanto para as estrelas.
Alguns alunos só fazem atividade por causa da estrela. Talvez a fariam por causa da nota. Talvez não fizessem nada se não tivesse estrela...
Se eu trabalho como trabalho porque recebo, se muitos vinculam a qualidade do trabalho ao valor que é pago, se o mundo vincula o valor que paga pelo trabalho que recebe, se eu vivo no capitalismo, como fazer de conta que isso não existe? Só na escola mesmo...
Aceito críticas, pois elas sempre me ajudam. Acreditem, não me matam, me fortalecem, sempre. Então, se estiver disposto a argumentar comigo, não espere, faça! Pode ter certeza de que cantarei aos quatro ventos se, juntos, descobrirmos uma forma melhor que essa de também estimular o envolvimento dos pequenos. Não estou dizendo que é a única, mas que é uma forma que encontrei, que mudo todos os anos, de acordo com a turma, com a escola, com as minhas possibilidades, com o entendimento dos pais, das crianças e meu também.
Com as crianças de 5 anos, penso que os presentes não são necessários, um carimbo no caderno, um desenho especial para ela, um "poder ajudar a professora", que lhe garante a responsabilidade de que ela gosta de ter no momento, pode ser bem mais eficaz do que um brinquedo ou um adesivo.
A criança de 5 anos não gosta muito de contos de fadas, ou de coisas maravilhosas em excesso, gosta de histórias do dia-a-dia, que tenham a ver com família, com a vida como ela é realmente, em suas cenas domésticas.
Descobriu o seu mundo, é uma pessoa caseira, mas o lar ainda lhe exige atenção, pois a familia mesmo é algo a se descobrir constantemente.
Pode usar linguagem de bebê ao falar com outra criança mais nova, irmã, irmão, ou não. Gosta que os pais lhe contem de quando é mais pequena, isso ajuda-a a libertar-se da infância e a identificar-se mais com o mundo em que está agora.
Não é madura ainda para abstrair situações, tem um relacionamento com o mundo da sua forma.
Apresenta forte sentido de possse, gosta do que é seu e tem orgulho de possuir. Cuidado para não confundir isso com egoísmo, pois essa criança tem tendência em referir-se a sua pessoa, mas não é agressiva. Gosta de falar do seu mundo e das coisas que conhece, que lhe são familiar. Para isso quando formos trabalhar conceitos que possam ser novos a ela é interessante que lhe familiarizemos primeiro. Ela demonstrará curiosidade sobre o que não conhece ainda, tentando entender e então fará muitas perguntas, como o que é, para que serve, do que é feito, como funciona, etc.
Costuma pedir ajuda quando sente necessidade, gosta de ter pequenas responsabilidades e privilégios que possa realizar. É bom então começar já com o ajudante do dia e ter algumas premiações para cada realização da criança, eu sempre uso as estrelinhas, mas depende da equipe pedagógica da escola.
Esse ano, como estava com o 4° ano eu fiz uma reformulação das estrelas, vou contar como foi...
Este ano tudo muda! Estarei com uma turma de Educação Infantil e minha experiência é pequena. Espero poder retomar o blog com tudo que ele tem direito, começando com os estudos.
Os posts a seguir tratam da criança de 4 e 5 anos, baseados nos estudos do livro "A criança dos 5 aos 10 anos" de Arnold Gesell, um ótimo livro para se conhecer melhor os pequenos e ainda os adolescentes. Além disso a minha experiência como professora me permite fazer algumas inferências relevantes para a sala de aula. Enfim, é um estudo que compartilho, não tendo a pretensão de se fazer valer para outras pessoas que não seja para mim, mas está à disposição para leitura dos que quiserem. Fiquem à vontade, como sempre, para comentarem, enviarem e-mails e falar comigo no msn.
Crianças...
A criança de 4 anos, segundo Gesell é bem ativa, irriquieta, com constantes atividades físicas, extrapola na sua imaginação, por isso atividades teatrais são atrativas e bem-vindas. além disso é importante compreender porque ela não vai ficar sentada na cadeirinha, podendo realizar suas atividades enquanto fala e se movimenta.
Ela improvisa nos desenhos e lhe dá nomes após fazê-los (raramente antes), mas ainda não tem um desenho definido totalmente, a figura de uma pessoa pode se metamorfoseiar-se com facilidade. Então é importante marcar o que ela disse ser o desenho, para evitar constrangimentos futuros e ainda não exigir que faça o mesmo desenho outra vez, pois certamente ele sairá diferente.
A criança dessa idade costuma conversar bastante, contar histórias incríveis (criança pode até não mentir, mas inventaaaaaaaaa), bastante criativas e por meio de suas fantasias procurar entender-se e entender melhor o mundo em que vive. É importante ouvi-la! Dê atenção à suas histórias, mas não leve tudo ao pé da fala.
A criança de 5 anos já mostra traços de personalidade marcados, dando mostras do adulto que pode se transformar. É uma idade preciosa, torna-se mais comedida que aos 4 anos, amadureceu. Precisa de tempo para consolidar o que aprendeu antes de lançar-se ao mundo novamente e começa a demonstrar desassossego aos 5 anos e meio, mais ou menos.
Essa criança sente-se muito segura em ambientes familiarizados e com as pessoas de sua família, sobretudo a mãe. Então preparem-se, pois ela pode chorar e muito nos primeiros dias de aula. O que é perfeitamente compreensível, já que estará provavelmente em um ambiente que ela ainda não conhece bem e irá sentir-se insegura e com medo. Existem algumas técnicas interessantes para que isso possa ser amenizado, tanto para orientar as famílias, como para que possamos recebê-las com mais segurança:
"O comportamento dos pais influencia muito a reação da criança ao primeiro dia de aula. Para que o pequeno aluno não fique inseguro ao colocar os pés no novo ambiente, os pais devem transmitir a segurança de que aquilo é o melhor para ele... é muito importante que os pais procurem ter contato e obtenham confiança na professora que cuidará de seus filhos, porque ela assume uma função materna... É até esperado que eles apresentem problemas no início...a criança que não tenha uma reação, mostrando ao menos um pouco de medo e insegurança no início do convívio em um ambiente novo, pode estar apresentando falta de vínculo familiar ou mesmo falta de espaço para se expressar; ela pode estar sendo muito cobrada pelos pais, que exigem um primeiro dia de aula sem choro. No começo, essas crianças parecem ser as que menos estão sofrendo, porém a dificuldade aumenta com o tempo e a crise é muito maior posteriormente...é importante ter disponibilidade para passar algum tempo na escola na fase de adaptação da criança (geralmente uma semana)... ficar de olho na atenção que a escola dá ao problema... quando a criança reage à saída da mãe com pânico mesmo depois de algumas semanas de aula, essa deve ser considerada uma adaptação difícil, mas que pode ser trabalhada com a direção da escola, junto aos pais ou mesmo com a ajuda de um profissional especializado. Enfim, todos os problemas podem ser resolvidos quando recebem a merecida atenção, principalmente dos pais, que devem estar sempre atentos ao comportamento de seus filhos." Psicanalista Infantil Vera Zimmermann.
Fonte: http://www.alobebe.com.br ( há mais informações no site, sobre crianças de 2 e 3 anos inclusive. Vale a pena ver!)
"...a melhor maneira de fazer seu filho ir para a escola é conversando muito com ele, mostrar os pontos bons de uma escola, incentivá-lo a buscar cada vez mais conhecimento nas aulas e a visualizar isso como algo divertido. Frisar pontos como o de conhecer amigos também ajuda a criança a perder o receio de ficar em uma escola...
Buscar entender o porquê disso. Converse com a criança, veja se ela tem brigado com colegas, se a professora o amedronta, se ele está com medo de não aprende. Certas crianças não contam o que vivem na escola, por isso, os pais de maneira amigável e calma devem buscar um diálogo. Saber como convencer a criança a ir para escola é muito importante, brigar com seu filho e tentar obrigá-lo apenas piora a situação.
Saber como é o trabalho da professora, o ambiente de classe e o convívio da criança em ambiente escola é necessário para que os pais e responsáveis tenham noção de como agir em determinados momentos.Faça já do caminho algo divertido, se possível. Nos primeiros dias leve a criança para o local. Muitos pais acabam contratando vans, o que é mais que normal, mas a criança pode se sentir mais segura indo com o responsável nos primeiros dias. É tudo uma questão de paciência e dedicação, sem esquecer da conversa no dia-a-dia."
"As escolas maternais (leia-se de Educação Infantil também, segundo a minha opinião) devem oferecer programas de adaptação no início do ano, visando evitar sofrimento desnecessário para a criança. Devem esclarecer e tranqüilizar as mães, aumentar sua confiança na escola e permitir a elas que acompanhem seus filhos nos primeiros dias, até que o pequeno se integre ao grupo da sua sala de aula.
Como fazer isso? – É necessário um encontro entre as mães de "primeira viagem" e todo o pessoal da escola; nesse diálogo a mãe pode conhecer melhor o funcionamento da escola, como se organiza, as atividades, o material que a criança vai usar e seus objetivos; conhecer o pessoal;
As professoras são qualificadas? Têm experiência? Têm uma relação estável de emprego que lhes dê segurança? Quem atende as necessidades das crianças individualmente? Pode trocar idéias com as outras mães.
Nesse encontro, a escola deve explicar o seu programa de adaptação, fundamentá-lo, envolver as mães nele. Tudo isso trará a elas um pouco mais de segurança, clareando a questão.
Por sua vez as mães devem procurar prever com antecedência esse acontecimento tão importante para seu filho que é "ir para a escola" e procurar reservar alguns dias para isso. Procurar matricular a criança respeitando o início do período letivo é importante para poder participar plenamente dos programas que as escolas oferecem.
Desta forma a criança "experimenta" a escola sem precisar se afastar da mãe. Com a mamãe presente, ela se familiariza com o ambiente, cria laços afetivos com a "tia", participa das primeiras atividades escolhidas entre as que mais atraem. E fará isso tranqüila, com o apoio da presença da mãe, e assim descobre que a escola é boa, a tia é amiga, as atividades são gostosas, que sempre chega a hora de ir embora para casa.
Em poucos dias, enfim, consegue aceitar a ficar sozinha na escola. É importante que a mamãe se despeça, afirmando que vira buscá-la quando acabar a aula. Pode até ser que ainda haja um chorinho, mas já não será o pânico que às vezes observamos nessa situação de primeiro dia de aula.
Ficando na escola alguns dias, a mãe pode observá-la funcionando: as crianças em atividade; suas reações no relacionamento com colegas e tias. No geral essa experiência confirmará (ou não) sua confiança na escola reafirmando sua decisão em deixar a criança frequentar, ajudando-a a não se deixar chantagear mais tarde com eventuais birras (também acontecem) do pimpolho e não cair na armadilha do famoso "se você não chorar, eu trago um presente...", que é tão deseducativo e deformador do caráter." Ana Maria - pedagoga e fundadora do Catavento.
"Prepare a criança para o ingresso na escola. Essa preparação deve incluir desde uma visita às instalações do colégio até a compra de material escolar. O entusiasmo dos pais também pode ajudá-la a criar uma expectativa positiva sobre sua ida à escola, desde que o entusiasmo seja natural e não exagerado.
•Quando a criança tem irmãos mais velhos que já frequentam a escola, isso contribui para que ela entenda que, assim como os pais vão para o trabalho todos os dias, os filhos vão à escola. Outra vantagem é que a criança lida melhor com suas fantasias de abandono. É comum algumas crianças resistirem à escola com medo de que os pais não voltem para apanhá-las mais tarde. Quando observam que isso não ocorre com os irmãos, conseguem controlar mais facilmente esse tipo de ansiedade.
•Muitas escolas adotam um horário reduzido na primeira semana ou no primeiro mês de aula, com o objetivo de auxiliar na adaptação da criança. Essa medida, em geral, é muito boa, pois diminui o tempo de separação dos pais e a criança pode ir acostumando-se aos poucos com o novo ambiente.
•Mais importante que tudo é que os pais controlem sua própria ansiedade. Quanto mais ansiosos eles se mostram, maior é a ansiedade da criança. A mãe cujos olhos se enchem de lágrimas ao deixar o filho na porta da escola sinaliza para ele que algo doloroso está para acontecer e o resultado é inevitável: choro e pânico, muitas vezes de ambas as partes. Quanto mais naturais e tranquilos os pais se mostrarem, melhor para a criança.
•Antes do primeiro dia de aula, é preciso pensar sobre a melhor medida a tomar se a criança começar a chorar na porta da escola. Para isso, é bom conversar com a direção ou os professores para saber qual a posição da escola nesses casos. Muitas insistem para que a criança fique, porque sabem que ela acaba se acostumando com o ambiente no decorrer do dia e até gostando. Outras preferem que os pais fiquem por perto (mas não à vista) para o caso de a criança realmente ficar muito ansiosa. Independentemente da medida a ser tomada, é importante que os pais não permitam que o filho utilize o choro como uma forma de não ficar na escola. Quando isso ocorre, é muito mais difícil retomar o processo de adaptação e, muitas vezes, a escola acaba ficando para o ano seguinte.
•Se a criança começar a apresentar sintomas físicos, como vômitos ou desmaio, à medida que o horário de ir para a escola se aproxima, é importante averiguar o motivo, que pode ser mais grave que a ansiedade da adaptação. É recomendável que os pais compareçam à escola e procurem saber se ocorreu algum fato que deixou o filho assustado. Também é importante que avaliem a necessidade de um acompanhamento profissional. "
A atitude da professora "deve ser de aproximação, respeito, afeto (sem ansiedade nem agonia) e de tranquilidade diante das reações típicas da falta de adaptação: choros, ataques, raivas, etc."
Chame a criança pelo seu nome e lhe diga o seu.
Ajuda muito conhecer alguns traços gerais da personalidade da criança, por conversa com os pais ou com a antiga professora.
Tente “criar um clima de segurança afetiva para que a criança se sinta segura de si mesma individual e coletivamente”. Quando chegar "alguma criança nova, os que são do ano anterior, ou que já levem vindo uns dias, encarreguem-se de mostrar-lhe a sala, dizer-lhes seus nomes, o que gostam de brincar, etc. É importante que a criança se sinta à vontade nesse espaço, que o conheça, e transite nele para conseguir que afetivamente lhe diga algo. Que seja algo seu. Assim devemos tentar familiarizá-los com a distribuição do material, seu espaço para guardar seus materiais, espaço que ocupa no chão na hora das brincadeiras, etc. Igualmente a criança deve adaptar-se ao novo espaço que lhe corresponde no refeitório: em que mesa se senta, em que lugar, ao lado de que amigos, etc." Leve a criança pelo famoso passeio pela escola:
"ESPAÇOS INTERNOS: Outras salas, cozinha, enfermaria, escritório, banheiros, etc.
ESPAÇOS EXTERNOS: Pátio crianças maiores, pátio de pequenos, árvores, grades, arredores da escola.
PESSOAS: Pessoal da cozinha e da limpeza, outras educadoras, médico, coordenador, pessoal da manutenção, etc., com as funções que cumprem cada um deles.
Deve-se considerar a angústia que implica aos pais separar-se de seus filhos e ter em conta o sentimento de culpa que isso acarreta. Tentemos compreender suas ansiedades, e a melhor forma de fazê-lo é falando-lhes com segurança e afeto que que se dêem conta que conhecemos tanto sua situação como a das crianças, de tal forma que tenham absoluta segurança de que seus filhos vão adaptar-se muito bem à escola. Uma boa forma de entrar em contato com os pais é a entrevista, ou entregar-lhes e comentar-lhes a folha informativa (ou agenda da criança) sobre a adaptação. "
" A criança deve ser incentivada a ir à escola: a família deve falar disto com animação.
Devem ser evitadas longas explicações que possam gerar insegurança ou desconfiança.
É fundamental levar a criança para conhecer a escola antecipadamente e deixá-la se ambientar durante algum tempo, à vontade.
É preciso tomar cuidado com as mensagens contraditórias (como por exemplo, oferecer recompensas pela ida à escola, tratá-lo como "coitadinho" por estar tendo que acordar cedo para sair ou outros motivos quaisquer etc.).
Os pais precisam conseguir um tempo flexível para ficar na escola durante o processo, de acordo com a orientação da coordenação pedagógica. Havendo revezamento entre os pais, ou se precisarem contar com a ajuda de outra pessoa, ela deve ser muito familiar à criança e deverá estar a par das orientações da escola quanto ao período de adaptação.
Será preciso que compreendam que o choro na hora da separação é muito comum e que ele não significa necessariamente que a criança não queira ficar na escola.
Da mesma forma, a ausência de choro muitas vezes também não quer dizer que ela não esteja sentindo a separação.
Evitar comentários sobre as atitudes da criança na sua frente.
A criança deve ser levada caminhando e desta forma ser entregue à professora. É sempre mais difícil sair do colo de alguém conhecido.
Mais adiante, será preciso incentivar a criança a ficar na creche, dizer sinceramente que estão indo embora e explicar quem virá buscá-la. Desta forma, ela vai conseguindo ganhar confiança de que voltará normalmente para casa.
É preciso que procurem ser carinhosos, mas firmes, sem demonstrar dúvidas sobre se ela vai ficar bem.
Os pais devem despedir-se naturalmente e nunca sair escondidos. A criança fica muito desconfiada e insegura com esta atitude.
É muito importante, ainda, que os pais se lembrem de que cada criança é única, e que, assim, cada período de adaptação será também único e individual. Evite fazer comparações entre a adaptação de coleguinhas ou irmãos.
Em casa, organizar a rotina de forma que a criança não se sinta apressada para sair para a escola, tirando-lhe parte de seu prazer.
Incentivá-la a organizar um espaço para guardar os pertences da escola, assim como uniformes e merendeiras.
Organizar um espaço de estudo tranqüilo e individual.
Combinar um horário de estudo com a criança (quando houver).
Dar atenção aos deveres de casa de um filho é muito importante. Desta forma, os pais saberão o que a criança está aprendendo e terão mais uma oportunidade de troca com ela.
Será muito útil ainda perguntar as novidades na volta da escola, ajudando a fixar os aprendizados e as novas descobertas.
Quando a criança levar lanche, incentivá-la a ajudar a preparar seu lanche ou a escolher entre algumas poucas opções.
Mesmo com tudo isso é inevitável sentir-se constrangida perante o choro dos pequenos. Não se culpe, nem fique ansiosa, pois é normal sentir-se assim, afinal é um ser humano que sofre e você já sabe porque ele está sofrendo. Mantenha-se calma, JAMAIS segure a criança, ou tente obrigá-la a ficar. Minha pouca, mas valiosa experiência já viveu situações em que os pais ou choram junto, até antes da criança, deixando-a apavorada. Imaginem o que ela pensa, quando o pai a larga chorando. Deve achar que no mínimo ficar na escola é algo que dói. Se isso acontecer, chame o pai de lado, fora do alcance da criança, principalmente auditivo, e diga-lhe do incoveniente de sua situação, peça que evite a cena na frente do pequeno. Há também aqueles que ficam indignados se o filho sai independente e não lhe dá muita atenção e também choram, posterior a entrada do filho e também necessitam de orientação. E ainda tem os que deixam a criança viram e saem, quando não lhe dão uns tapas, porque "precisam ir trabalhar". As aspas não tira a veracidade do fato, o problema é que ele não é motivo para agir assim. De todo jeito é necessária uma paciência monstra de nossa parte, a segurança de estar fazendo o seu trabalho de forma correta, sem dar ênfase a nenhuma dessas situações e ainda orientando os pais quando isso se fizer necessário.
Existe uma brincadeira também, de que a mãe deixa algo com a criança dizendo que vem buscar depois. Parece bobo, mas eu já vivi isso e deu certo, com uma criança, com a outra não. A criança tinha certeza de que a mãe viria buscar a carteira vazia, mas não tinha certeza de que a buscaria. Portanto, qualquer coisa que saibamos sobre esse assunto nunca é demais, o ser humano é muito complexo para que deixemos de lado alguma informação. Assim, tudo o mais que eu encontrar sobre esse assunto postarei aqui.
Desejo a todos os professores um ano de realizações, suas e de seus alunos!
Nós sabemos o quanto um ano promete, como ficamos ansiosos com a chegada do primeiro dia. Não importa quantos anos de profissão você tenha, o primeiro dia do ano é sempre o primeiro dia do ano.
Se você é professor contratado, então meu desejo para você é ainda maior! Você pode estar começando em uma escola nova, e nela será tão novo quantos os alunos que vai receber. Isso assusta não? Mas, por um lado, te (nos) dá uma vantagem! Sabemos exatamente o que nossos alunos novatos estão sentindo! Bingo!!
Se você está na mesma escola há anos (também já fui como você), não tenha a ilusão de que tudo vai ser igual. As pessoas podem sim, permanecer por muitos e muitos anos nos mesmos erros. Mas cada dia é um novo dia, um "presente", como diz um texto que eu li. Então, deixe o ano velho lá mesmo onde ele ficou, no passado e comece de novo!
Como é bom ter sempre uma chance de recomeçar! Claro que ela começa a todo segundo, mas um ano marca muita coisa e algumas mudanças significativas nos acompanham, a começar da nossa idade, hehe!
Assim, desejo que todos tenhamos um ano sobretudo de paz, nesse nosso mundo que apesar de violento, ainda tem jeito. Eu acredito nisso!
Estudos na Prática
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Por aprendizes que somos todo dia, queiramos ou não, já somos especiais por
existirmos. Então, façamos da vida, a Pedagogia da Validação! Ensinar,
aprend...