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Cartão do comportamento

domingo, abril 22, 2007

Cartão do comportamento


Professor responsável: Erika Araújo Uhlemann Corrêa.

Alvo: alunos da turma de 7 anos E.

Duração: 6 meses – segundo semestre.

Material: cartões de cartolina, adesivos, brinquedos pedagógicos, material escolar (lápis, borracha, régua, cola, tesoura).

Objetivos:Elevar o autoconceito dos alunos.

Propiciar a turma a:

· Valorizar a inteligência como uma qualidade inerente ao homem.

· Conscientizar-se de que a liberdade é a capacidade de escolher e que as escolhas feitas podem nos ajudar ou nos prejudicar.

· Ter preocupação com a comunicação nos diálogos, fazer-se entender e procurar entender os outros.

· Valorizar a cooperação como forma de dar qualidade à comunicação.· Se preocupar em fazer feliz ao próximo para se sentir feliz também, compreendendo que vivemos em sociedade.

· Conservar os livros do acervo da classe e da biblioteca e demais materiais escolares.· Respeitar as regras de conduta para dentro e fora da sala de aula.

· Verificar e avaliar o cumprimento das regras de conduta para dentro e fora da sala de aula.· Ter preocupação com a qualidade das produções escritas próprias, tanto no que se refere aos aspectos textuais como a apresentação gráfica.

· Valorizar a escola como um lugar especial que ajuda a desenvolver a inteligência, a liberdade e o amor, bem como se dispor a colaborar para manter o bom ambiente nela, sentindo-se também responsável por sua limpeza e conservação.

Justificativa:A turma de 7 anos E é muito imatura e indisciplinada, além de haver dificuldade e defazagem de ensino na maioria dos pequenos. Consideramos que a maioria dos pais, pela ausência que demonstram na educação de seus filhos, não comparecendo em reuniões ou quando são chamados na escola, não auxiliando as crianças com os estudos, não se certificando da presença dos filhos na escola, não são parceiros na educação escolar. Portanto surgiu a necessidade de auxiliar os alunos a se conscientizarem da sua participação na escola e na sociedade, demonstrando os benefícios de um bom comportamento, do desenvolvimento da criticidade, do saber falar e fazer para o bem comum. Estabelecemos as regras duas vezes no ano. Uma no início e outra no segundo semestre, visto que pareciam ter se esquecido dos combinados. Tentamos de várias formas resolver os problemas de comportamento. Planejamento com atividades diferentes, lúdicas, escritas, orais, com música, com desenho, com dobradura, histórias... Pois esse foi o primeiro pensamento, se não prestam atenção é porque não estão interessadas o suficiente. Mas para algumas crianças, nada parece motivar. Há alunos que brincam e brigam em qualquer situação. Tentamos as legendas de comportamento com o "cantinho do pensamento", sugerido pela "Super Nanny", mas não deu resultado. Tentamos premiar os melhores... Sempre os mesmo que ganhavam... Portanto não conseguimos atingir os que almejávamos. Tentamos misturar as crianças nos grupos. O que não funcionou. Elas atrapalhavam o grupo e acabaram excluídas. Então numa busca incessante encontramos um texto da Revista do Professor, jul/set - 2006, que se intitula Indisciplina na sala de aula, de Antônio Maria Veloso Bento, Doutor em Educação e professor de uma escola em Portugual. Consideramos relevantes as sugestões dele e resolvemos tentar, afinal temos a convicção de que em educação nada é rígido, nem pronto. Temos que saber de tudo, porque não sabemos o que dará certo com cada criança, pois elas são únicas. O plano para a indisciplina não será igual ao da revista, pois são realidades diferentes, ele se baseará no condicionamento de Skiner, o qual deixa claro que não devemos acentuar os comportamentos negativos e que precisamos exaltar as boas atitudes dos alunos.Pretendemos com isso desenvolver um trabalho formativo e não punitivo.

Metodologia:Observar a turma e fazer uma lista dos comportamentos que desejo que modifiquem. Escolher poucos para serem trabalhados no início. Atentar para o que acontece antes desse comportamento e imediatamente depois, para perceber o que reforça a atitudes deles e tentar mudar. Propor uma lista de prêmios, relacionados a coisas que eles gostam para presenteá-los conforme a conquista dos comportamentos positivos.entregar atividade,levar um dos livros de Literatura da professora, emprestado, para casa,apagar o quadro,buscar água para o filtro,recolher atividade,ajudar a professora,adesivo,brinquedo pedagógico,material escolar.Entregar a cada uma das crianças um cartão. Cada comportamento positivo ela marca uma cruz. Com três cruzes ela escolhe um prêmio. Elogiar sempre o aluno quando lhe entregar o prêmio citando, em detalhe o comportamento que lhe permitiu isso. Deixar que escolham o prêmio. Lembrar o aluno de quando ele deve realizar esse comportamento (principalmente se perceber que depois de combinado o comportamento estiver sendo inadequado), descrevendo como ele deve fazer e assegurando minha confiança na capacidade dele para o feito. Explicar o sistema para a sala e pedir a colaboração de todos.Dar tarefas fáceis no início para que ganhem confiança em si mesmos. O prêmio deve ser imediato à ação. Se eles conseguirem se comportar por um dia inteiro, oferecer uma história para a turma pelo bom comportamento deles, deixando isso bem claro para todos. Presentear a turma toda para encorajar os outros alunos e reforçar o sucesso dos que estão se comportando. Manter o plano todos os dias, para garantir resultado.Ignorar o comportamento negativo. Quando eles fizerem algo errado elogiar outra criança que está fazendo justamente o contrário, e/ou, lembro-lhes o correto, dizendo que queremos que façam o certo (referindo-nos diretamente ao assunto) para que nos ajudem com alguma coisa, e logo que recomecem, elogiar reforçando o bom comportamento. Se houver resistência ao plano, conversar com eles e lhes dar uma chance para pensar, por tempo determinado.Avaliação:Antes eu dizia para o aluno que estava se comportando mal que eu ficaria feliz ou que ele era bonito quando agia de outra forma, e especificava qual. Também dava os prêmios só no final da semana. Agora o projeto auxiliou muito, as mudanças foram positivas. Já que estamos usando muito o relógio para determinar o tempo das atividades, o controle do tempo garantiu uma participação mais efetiva dos alunos nas atividades. Não querem que o grupo saia prejudicado, ou que alguém fique chateado com eles. Salvo o grupo que ainda tem dificuldades em se comportar em sala de aula, ou de considerar o coletivo. Penso que antes de tentar compreender teoricamente o porquê eles agem dessa ou daquela forma, devemos agir. Não podemos perder tempo com justificativas, ou desculpas pelo trabalho não ser feito. Temos que ter compromisso e ensinar isso a eles. Não que vá deixar de tentar entender os motivos que os levem a esse comportamento tão indesejado e desagradável. Mas, consideramos que o trabalho deve ser feito apesar de não saber a fundo dos motivos que os levam a agir dessa forma. No início as cruzes eram só para os alunos que tinham muita dificuldade em se comportar e de realizar atividades. Mediante reclamação de alguns alunos que faziam tudo e acharam injusto não participar das premiações, o cartão foi instituído pra todos. Alguns perdiam o cartão, que era reposto só nas segundas-feiras. Como muitos sujavam, rasgavam e amassavam os cartões, no começo ganhavam cruz pela boa conservação desse. Já no começo do quarto bimestre o cartão passou a ter cinco cruzes, para trocar em um prêmio, porque o avanço tanto de participação como de disciplina em sala pelos alunos foi tão grande que as cruzes eram ganhas mais facilmente. O mais bonito do trabalho foi ver muitos alunos preferindo ajudar a ganhar presente. Essa sem dúvida foi a parte mais gratificante. A única coisa que não conseguimos foi o que dependia dos pais, como as tarefas feitas e os estudos em casa. Porém em sala o projeto surtiu o efeito esperado.