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"Ensinar não é transferir conhecimento..." Paulo Freire

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Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Bill Gates
 

Que letra uso para alfabetizar?

sábado, janeiro 27, 2007

Você pode estar se perguntando o que tudo isso postado aqui tem a ver com alfabetização. Lhe informo que TUDO. A criança precisa de ter noção do próprio corpo, do mundo que a cerca para entender a folha do caderno, a letra que ela irá traçar. Falando em letra, ponderemos o uso de qual tipo é adequado à alfabetização.
A letra bastão ou de fôrma maiúscula, cujas formas são mais simples, oferecem maior facilidade no traçado de crianças menores que ainda não desenvolveram a coordenação motora fina para a escrita. É mais indicada para letrar os alunos porque aparece em embalagens, livros, teclas do computador, jornais, revistas, ônibus, placas de rua, cartazes e em muitos outros lugares. É parte da vida cotidiana da criança e é reconhecida facilmente. A escrita é mais lenta do que a cursiva pelo movimento de se tirar o lápis do papel repetidas vezes. A criança pode ter dificuldades em passar para a cursiva depois.
A letra cursiva tem o traçado mais difícil e aparece só em bilhetes, cartas, nos cadernos dos colegas ou no quadro usada pela professora. Ajuda a criança a distinguir palavras reconhecendo-as separadas. É mais rápida pois o traço é contínuo. Quem a aprende tem mais facilidade para traçar a letra bastão, porém pode atrasar o ensino da escrita e da leitura, por exigir mais das crianças.
Como podem observar os dois tipos de letra trazem benefícios e dificuldades. Há professores que usam uma ou outra e os que usam as duas juntas. Particularmente em uma turma de sete anos opto por usar as duas, a bastão para ler e a cursiva para escrever, mas na turma de seis anos sou favorável ao uso da letra bastão. Aconselho no segundo semestre, quando os alunos já estejam quase ou totalmente alfabetizados usar o caderno de caligrafia e transpor a escrita da letra bastão para a cursiva. Durante o primeiro semestre a letra cursiva pode ser dada de diversas formas, mas não precisa ser cobrada. A criança poderá associar e entender melhor a utilidade da escrita com a letra bastão, já que essa aparece em diversos lugares e têm funcionabilidade maior e mais comum para sua vida. Importante ressaltar que é normal a confusão entre os dois tipos de traçado quando a criança se acostuma com uma ou outra forma de escrever. A paciência e o incentivo são instrumentos poderosos o tempo todo, pois é normal da idade o não querer errar e a insegurança é uma constante. Costumo colocar cartazes com todos os tipos de letra associados a desenhos, com palavras geradoras e sílabas provenientes dessas palavras, acima do quadro. Não é necessário esconder a letra dos alunos. Pelo contrário. Não trabalhar com a cursiva no início não significa negar a sua existência. Normalmente em atividades que envolvam o traçado dessas letras as crianças fazem associações sozinhas... "Tia, essa é a a letra A do avião!" Deixo a criança à vontade, digo que está certa, mas só me aprofundo no assunto se minha meta for o começo da mudança do uso de letra, posso questionar quem tem a letra no nome, pedir que tragam rótulos de casa onde a letra aparece, dentre outras atividades. Caso contrário não incentivo a continuação da conversa. Contudo a melhor opção é conhecer a turma antes, verificar o nível de desenvolvimento que as crianças já possuem e quais as habilidades que elas já desenvolveram. Lembre-se sempre de que NÃO EXISTE REGRA. Tudo depende da turma com a qual você está trabalhando. Considerar seus alunos é caminho certo em direção ao sucesso. Se você precisar de sugestões de atividades para um ou outro tipo de letra, ou mesmo para a transposição de uma para outra pode me pedir por e-mail que lhe envio com prazer.

Roda da conversa

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Roda da conversa

A roda da conversa é um elemento muito importante das aulas. Nela os alunos e professor interagem, se conhecem e desenvolvem habilidades da língua falada.
Costumo fazer a RODA todos os dias na primeira semana e só na segunda-feira posteriormente, ou no primeiro dia de aula da semana, caso haja feriado. No início começamos com coisas simples. Fazemos a roda para falar sobre o animal que mais gostamos, a cor que mais gostamos, o nome completo, a idade, o endereço, nome do papai, nome da mamãe, quantas pessoas mora na sua casa, se tem animal de estimação... Pois assim adquirimos informações das crianças, vemos o seu conhecimento sobre a própria vida, o que precisamos ajudá-la a melhorar na fala, observamos se tem algum distúrbio de fala e ainda promovemos o conhecimento e o introsamento da turma.

É muito importante que se comece com pequenas perguntas que permitam respostas curtas. As crianças se cansam rapidamente e promover debates logo no início torna a RODA cansativa e nada agradável, tanto para os pequenos como para o professor. A criança também estará desenvolvendo a capacidade de esperar a vez para falar e ouvir o que o outro está falando. Na segunda semana são permitidas perguntas de umas para as outras, mas só se quiserem.

Sempre incentive, mas NUNCA force uma criança a falar.

É na RODA que iniciamos a conversa para formarmos as regras da sala, bem como as consequências para quem não atendê-las. Quando estiverem prontas são afixadas em lugar visível a todos, para que possa ser consultada sempre que necessário. É claro que em turmas menores as crianças ainda não sabem ler, sugiro que sejam colocados desenhos junto com as regras escritas, não aconselho a colocar só desenhos, pois é uma ótima oportunidade para começar a letrar os meninos na escola e para a vida.
No decorrer do ano a RODA serve também para resolvermos problemas disciplinares, o que leva toda a turma a decidir juntamente com o professor. Em situação de briga, na qual o professor não pôde ver quem foi o culpado testemunhas são fundamentais. Além disso as crianças desenvolvem senso de justiça, certo e errado, ação e reação, causa e consequência, além de adquirirem mais responsabilidade por suas ações.

A RODA também ajuda a iniciar um trabalho, projeto ou aula, para verificar conhecimentos e também avaliá-los. Pode-se fazer uma avaliação prévia do que a turma sabe antes de iniciar um conteúdo, e sondar o que aprenderam com o que estudaram. Essa não deve ser a única forma de avaliação, pois crianças tímidas nem sempre comunicam tudo o que podiam, isso quando o fazem. Algumas estarão aprendendo a se expressar, podendo portanto, deixar esquecidos alguns detalhes ou comentários importantes. As avaliações escritas devem existir, mas também precisam ser bem elaboradas. Trataremos delas em um post à parte.

O mais gostoso da RODA é ver o crescimento dos alunos. Se possível, até para estudo e própria avaliação, grave algumas, intercalando as primeiras, as medianas e as últimas. Verá como as crianças desenvolvem a língua falada, a argumentação, o questionamento e a articulação. No final os alunos, mesmo os mais tímidos, gostam tanto, que lembram o professor caso ele tenha esquecido. É algo que vale a pena investir...

Recebendo as crianças

Já comentamos da importância da recepção dos alunos na escola. Atividades diferenciadas que proporcionem o conhecimento e o entrosamento entre os alunos, seus colegas e a escola. É comum que o professor apresente a escola aos aluno. Mostre a eles o prédio, apresente as pessoas, explique suas funções. Os alunos que já estudavam na escola podem ajudar na visita, contando o que sabem. Cuide para ser carinhosa com seus alunos, cultive sua paciência todo segundo, leve-os a pensar sobre o bom comportamento mirando-se no seu. Fale baixo, explique tudo. Não dê broncas nem coloque de castigo, a criança precisa sentir que confia em você.
Ainda trabalhando o esquema corporal, brincamos ao entrar e sair da sala. É uma forma gostosa de fazer a fila. Primeiramente defina como você deseja a fila... Particularmente eu prefiro a de ordem de tamanho. Tem professores que promovem uma verdadeira corrida ao fazerem a fila por ordem de chegada. Não gosto muito, acho as crianças muito imaturas, elas brigam e se empurram por um lugar... De qualquer forma a fila é uma preparação para futuras visitas e para a vida da criança na sociedade, no banco, na feira, na loja... Hoje em dia fugir de filas é complicado, muito mais para quem não possui internet.
Fazendo a fila - atividades para entrar e sair da sala
(valores humanos, coordenação motora, esquema corporal)
  • pé ante pé
  • na ponta dos pés
  • nos calcanhares
  • pulando com os 2 pés
  • pulando com 1 pé, ora direito, ora esquerdo
  • olhando para baixo, com o queixo encostado no peito
  • andando de lado, ora direito, ora esquerdo
  • andando de ré
  • com as mãos na cintura
  • com as mãos na cabeça
  • com as mãos na barriga
  • com as mãos para cima
  • com as mãos no bumbum
  • com as mãos na coxa
  • agachado
  • com as mãos no calcanhar
  • esticado (pés e braços)
  • rebolando
  • mãos abanando, ora direita, ora esquerda, ora as duas, ora para baixo, ora pra frente, ora para cima
  • mãos nos ombros
  • mão no nariz
  • mão na boca
  • mãos nas costas
  • mãos no peito
  • mãos no pescoço
  • mãos nos ouvidos
  • mãos nas pernas
  • mãos nos cotovelos
  • mãos nos joelhos...

Use a criatividade, mude ou aumente, crie e invente!

Primeiros dias

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Nos primeiros dias de aula o contato do professor com seus alunos é fundamental para o bom relacionamento que irá acontecer ao longo do ano. Enfeite a sua sala, coloque os nomes dos alunos nos enfeites, prepare surpresas para a sua turma, que podem ser brincadeiras e/ou lembrancinhas. Como trabalho em escola pública procuro por opções onde o gasto seja menor. As brincadeiras são ótimas, as crianças interagem, se conhecem e seus alunos aprendem que a escola é um lugar gostoso e divertido.
Algumas brincadeiras para fazer com a turma:
  • Telefone sem fio
  • Seu mestre mandou
  • Encosta-encosta
  • Estátua
  • Passa-passa
  • Corre cutia
  • Amarelinha
  • Pular corda
  • Mímica
  • Adivinhas

Onde você encontra mais brncadeiras:

Estamos começando mais um ano... Aguardem as atividades.