Ensinar

"Ensinar não é transferir conhecimento..." Paulo Freire

Aprender

"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." Sócrates

Conhecer

Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Bill Gates
 

A história da escrita

quinta-feira, julho 11, 2013

É fascinante a história da escrita e as crianças, assim como os adultos gostam de aprendê-la. Temos uma memória histórica (lembrei de você, Goretti), sobre a qual tenho que estudar mais, mas que inegavelmente se faz presente durante a alfabetização. A aprendizagem da escrita, na qual o aluno faz garatujas, desenha, representa letras e numerais, letras, escreve sílabas, forma palavras, produz textos inteiros, nos é familiar, não apenas pela sala de aula, mas no que nos conta a história e a evolução do nosso sistema de escrita, aliás, não só o nosso, como todo ele.
Saber que a nossa raça humana realizou essas descobertas e que trazemos isso intrínseco em nós ameniza a vontade de acertar de primeira atendendo as exigências da escrita e faz com que o medo do dito erro não aterrorize os escritores que se formam.
Cagliari, em seu livro Alfabetizando sem o ba-be-bi-bo-bu, é agora o meu alvo e com ele as reflexões que surgirem.
Logo no começo do livro, o autor sugere esse conhecimento da história da escrita por parte dos estudantes. Ele garante que é falsa a ideia de que a escrita era dominada apenas por sacerdotes, reis e pessoas de poder, com o argumento de que a escrita é um fato social, uma convenção que não sobreviveria a custa de poucas pessoas.
As escritas nas paredes do Egito também mostram que a escrita era popular, na Mesopotâmia, Hamurabi mandou publicar em praça pública um código de leis para que o povo soubesse sob quais leis vivia e como se comportar em sociedade.
A escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas de cajados ou ossos para contar, provavelmente, animais. Nessa época ser alfabetizado era saber ler e escrever esses sinais. com o tempo a quantidade de informações aumentou e o sistema de símbolos também. Assim as regras de alfabetização funcionavam para que o leitor soubesse o que estava escrito e conhecer esse sistema, para poder utilizá-lo.
antigamente os alunos se alfabetizavam aprendendo a ler algo já escrito e depois copiando-o (alguma semelhança?).
Como somos sujeitos históricos, todos nós e não só os alunos, podemos fazer aqui uma pausa para pensarmos em como essa aprendizagem nos diz respeito. Há tanto ainda que ler, partilhar e discutir, mas esse caminho de ler e escrever foi trilhado por nós e ainda faz parte de algumas situações ou salas inteiras. Certo ou errado? Para mim a resposta é, depende! Mas cada um deve fazer sua reflexão, pois só assim avançamos em nosso trabalho.

Recomeço

quarta-feira, julho 10, 2013

Puxa, achei que não iria voltar a escrever. Foram tantos contratempos... mas como boa mineira sou ruim de desistir! Aqui estou de volta, não com a corda toda, que não tenho mais adolescência para tanto, mas com muita vontade de retornar e retomar os estudos e o trabalho, com a gratificante oportunidade de socialização. Que os bons ventos soprem!

 

Diga-me

domingo, junho 16, 2013

Desculpe o transtorno, estou tentando melhorar o blog para voltar a postar! Agradeço pela compreensão e peço que me digam, está bom o layout do blog? Você encontra o que precisa? Está bom para ler? Quero fazer a coisa certa e gostaria de contar com a sua colaboração, afinal ela sempre será mútua!

FELIZ 2013!

terça-feira, janeiro 08, 2013

Olá! Estou devendo há tempos aos seguidores da página. Mas pelo que vocês perceberam foram momentos difíceis, que aindas estão presentes em determinadas circunstâncias. Embora o mundo gire e tudo tenha que continuar, algumas lembranças fazem doer. Perder a mãe é uma dor que eu nunca imaginei tão forte.

Agora tento voltar à ativa, de forma que pretendo estar mais presente nesse espaço.

Esse ano tive a grata surpresa de lecionar para os pequenos da Ed. Infantil e o que gerou pânico de minha parte inicialmente, agora traz segurança e muitas alegrias.

Um período eu ficava em sala de aula, regente de 1 turma e no outro lecionava Estudos Complementares, que pela prefeitura daqui seriam aulas de artes e recreação.

Enfim, o trabalho foi longo e o resultado eu partilho agora com vocês.

 

Sugestões de jogos, brincadeiras e atividades artísticas a serem realizadas com os alunos.

 

Observações:

  • A maioria dessas atividades trabalha atenção, coordenação motora ampla e fina, organização espacial e temporal, partes do corpo, cores, sons, os cinco sentidos, socialização entre colegas de uma mesma turma e de diferentes turmas, percepção auditiva, visual e cinestésica, compreensão de regras, diálogo. As atividades artísticas foram mais musicais e de teatro do que em papel, haja vista que as crianças já as realizavam em sala de aula e eu quis ofertar algo que fosse desafiador e diferente para elas, afinal qual de nós ainda não percebeu que as crianças de hoje pouco brincam?
  • Fica definido nessas atividades e nos demais posts que seguirem que Etapa 1 (E1) refere-se às crianças de 4 anos e Etapa 2 (E2) para as de 5 anos, de acordo com a nomenclatura adotada pela Prefeitura de Ribeirão Preto.
  • Não será estipulado tempo para cada brincadeira, porque isso dependerá muito da turma e não do nosso relógio. Seria bom que as primeiras atividades fossem feitas com calma, certificando que cada aluno compreendeu o que é necessário para se brincar, jogar, participar, sem lesar o outro.
  • É interessante que, mesmo em uma situação de competição, seja dito às crianças que, na Escola, não ganha quem termina primeiro e sim quem faz direito, quem aprende. Assim ficará mais fácil intervir quando necesário.
  • Algumas músicas eu tenho no computador e posso enviar para quem pedir (kikauhlemann@hotmail.com – mandem e-mail, pois quase não entro no MSN)

 

1 - Esvaziar e encher: utilizei dois baldes dos que as crianças levam para brincar no parquinho com areia, os baldinhos de praia, com peças de montar, de jogos de encaixe. Para a E1 utilizei 10 peças e para E2, 15 peças. Os alunos formam duas filas, uma de frente para a outras, a critério do professor: meninos e meninas, grupo A e grupo B, etc. O primeiro aluno de cada fila deve retirar as peças do baldinho utilizando apenas uma das mãos e uma de cada vez. Quando terminar deve passar o baldinho para o colega seguinte, que deverá guardar a quantidade retirada do baldinho, novamente uma de cada vez e com apenas uma das mãos. Primeiramente fiz devagar, explicando como cada um deveria fazer. Eles tem uma tendência a segurar o balde com uma das mãos para retirar as peças com a outra, mas a regra não é esse e precisa ser cumprida. Quem descumpre começa tudo novamente. Em seguida fiz uma competição dupla por dupla, frente a frente um aluno de cada fila e por último fiz a competição entre as duas filas.

 

2 – Galinha cega

Cantar com as crianças  a música “Grite e cochiche” (Xuxa) e depois propor palavras para serem ditas gritando e cochichando. Conversar com ela porque tem hora que falamos gritando e em outras cochichando. Esclarecer que irá lembrá-las sempre dessas necessidades, quando ela se esquecer e que isso não é uma bronca e sim um lembrete.

Forma-se uma roda e uma criança é escolhida para estar ao meio, com os olhos vendados. As crianças da roda cantarão: “A galinha do vizinho.”, enquanto a do meio é girada por mim com os olhos vendados, até que a música acabe e todas as crianças sentem-se na roda. A criança de olhos vendados escolherá um amigo, que irá tatea-la e tentar saber, pelo toque, quem ela é. Se não conseguir, o colega que está ao meio deverá cochichar: “Oi coleguinha!” caso a outra criança ainda não sabia quem é, a do meio deve gritar: “Oi, coleguinha!”. Se a criança que está vendada, não conseguir descobrir quem é o colega, continua no meio da roda, caso contrário, troca de lugar com o colega desvendado.

 

 

3 - Aponte o que ouviu.

Cantar com os alunos a música: “Cabeça, ombro, joelho e pé”.

Explicar que vai dizer uma parte do corpo e apontar outra e que as crianças devem tocar a parte do corpo que foi dita, ignorando a que foi apontada. Inicialmente usar as partes do corpo mencionadas na música e em seguida possibilitar uma brincadeira entre dois grupos, na qual uma criança de um grupo fala para que o outro grupo aponte corretamente e vice-versa.

 

4 – Operários silenciosos.

Combine com as crianças que vão fazer de conta que elas estão trabalhando, explore o assunto com elas, questione se elas fazem alguma atividade fora da escola, como é o seu dia-a-dia, se elas brincam com outros colegas da mesma idade, mais novos ou mais velhos, se ajudam os pais, se ajudar é trabalhar. Em seguida explique que você vai dar, de faz de conta, diversos materiais para elas trabalharem e que terão que fazer tudo em silêncio, só com gestos, fazendo com o corpo como se estivessem mesmo trabalhando. Sugestões: martelo, serrote, tesoura, agulha, caneta, machado, pazinha, lápis, colher, faca, chinelo, vassoura, caneta, etc.

Obs: nas minhas observações em sala de aula, vi que alguns alunos faziam diferença entre lápis e caneta, o primeiro colore o segundo escreve, que com a colher eles não trabalham, eles comem (risos), que a agulha é para tomar injeção e não para costurar. Interessante ver o mundo na perspectiva da criança, não é? Em alguns casos eu comecei o movimento para que eles dessem continuidade, principalmente na E1.

Continua...