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Eu e a mamãe, eu e os outros, eu e o meu mundo, eu e o seu mundo - 5 anos (continuação) e um pouquinho da Prô

sexta-feira, janeiro 20, 2012

A criança de 5 anos está muito apegada a mãe. Atende-lhe prontamente, gosta de ajudar em casa, gosta que ela leia histórias. Os castigos impostos pela mãe são obedecidos. O apego é tanto que quando algo vai mal ela culpa... a mãe! A ligação é realmente muito forte.

A criança tem um pequeno entendimento entre o ontem e o amanhã, mas sua relação principal é com o agora e do eu. Então o outro ainda é algo distante. Pode distinguir o lado direito do esquerdo em seu próprio corpo, mas não consegue ainda distingui-lo no corpo do outro. Seria portanto conveniente que ao se tratar de atividades com essa percepção o professor contribua para o entendimento do pequeno, virando-se de costas para ele, assim, na mesma posição a criança começa a compreender o corpo do outro e fica maravilhada, quando percebe que por "mágica", o anel dessa mão consegue passar para aquela, até perceber que o professor apenas se virou.

OBS - Aqui abrimos margens para vários estudos. Aliás elas se abrem em todo momento, mas quero ressaltar que não vejo limites no pensamento sobre tudo o que leio e aqui escrevo. O livro de Gesell tem sido muito útil, aliado a minha prática em sala de aula, mas nem ele, nem o meu bruto conhecimento deixam ofuscadas as oportunidades de estudo que se apresentam. Sei portanto que há muito mais do que aqui está escrito. Lembro que todas as contribuições são bem-vindas, até porque uma cabeça sozinha é apenas uma cabeça sozinha...

Voltando aos pequenos... ainda não consegue perceber o ponto de vista do outro, precisa de ajuda para aprender isso.
Lembro agora de algo que já postei aqui no blog, um episódio muito esclarecedor... Era uma briga entre crianças, meninos e meninas, todos amontoados entre pequenos socos e fortíssimos pontapés (minhas canelas tem memória). Ao chegar no meio do bolo, ele se desfez. Alguns assustados, outros ofegantes, uns ofendidos e outros indignados... "Foi ela tia, foi ela!", "Não fui, foi você que me chutou!", "Foi ele tia, eu vi!", "Não foi tia, foi ela que mordeu ele primeiro e depois ela e ela me seguraram e me bateram bem aqui ó!". Sim, eu fiquei tonta, a gente sempre fica... Briga é briga! Levei todos para a sala que usava na época e nos sentamos. Um copo com água, um colo, um "Vem cá, deixe-me enxugar os eu rosto...", aos poucos foram voltando a respirar. Bem... agora tudo calmo, "Vamos lá, um de cada vez, (importante dizer isso bemmm no começo da conversa e lembrar todo segundo necessário depois) digam-me, o que houve." Estabelecida a ordem de quem deveria começar a contar a história, ouvi todos e descobri que todos tinham a mesma versão, em que mudava apenas o primeiro a ter batido. Era uma brincadeira... de bater! "Não é bater tia, é lutinha!", "É, mas você me bateu!!Grrrr!". "Calma, calma." Mais copo com água, mais colinho e fez-se a LUZ!! - Crianças acreditam que brincando de bater, como nos desenhos, não vai doer, como nos desenhos! Acontece... que dói! Então o colega a traiu, ele não brincou, ele bateu de verdade, porque doeu de verdade! Nesse instante agradeci Emília e Ana!! E ainda ao meu querido (e judiado - vergonha!) professor Pacheco. Que bom que perguntei e não tomei minhas próprias conclusões!
Adivinhem a carinha deles, os olhinhos, quando souberam que no Pernalonga, no Papa-Léguas e principalmente no bentido do Picapau não dói, porque eles são desenhos!! Mas na gente dói, sempre!!!
Foram abraços, beijinhos, pedidos de desculpas e lá se foi uma turma rindo, feliz da vida de volta para o recreio.
Um pequeno urubu (há urubus por toda parte) disse num enorme sorriso: "Ah, criança é sempre criança! Olha aí ó, brigaram feito cão e gato, agora sai tudo amontoado de novo. Já já estão brigando outra vez! É sempre assim!".
Tudo bem que podem brigar de novo, afinal que o desenho é só um desenho é algo que a gente aprende, ninguém nasce sabendo... Mas eu pensei bem comigo: " _Ah é, urubu, não estuda não pra você ver!"

Desabafos a parte, voltemos às crianças.

Pela história (real), podemos perceber como elas precisam de ajuda para compreender o mundo e o outro. Já conseguem se posicionar perante um acontecimento, mas não conseguem ainda perceber o que o outro pensa ou sente.
Ela é muito prática, não tem tantos romantismos. "A colher serve para a sopa, o pônei para montar e o pelo dele não é colorido! Só se você pintar com tinta." As fantasias exageradas a deixam confusa e aborrecida, então nada de filminhos com Barbies encantadas, melhor um que tenha animais, aventuras.

Ela já consegue desenhar uma pessoa com cabeça, tronco, membros, nariz e olhos. Como a criança já identifica quantidade, consegue fazer os dedos nas mãos em seus desenhos, que até então teriam ora um, ora outros. Consegue traçar figuras geométricas planas e algumas letras maiúsculas, fazendo às vezes comparação dessas com pessoas ou objetos que conheça.

PS -Estou um pouco perdida quanto ao tamanho dos posts, tento dividi-los de forma a não ficar com a leitura cansativa, mas se acharem que estão pequenos ou divididos demais, por favor falem e dou um jeito nisso...

Continua...

2 comentários:

Rosangela Lucineia Scheuer disse...

Oi...tem selinho corrente para vc.Bjos!

Rosangela Lucineia Scheuer disse...

Olá Erika...desejo uma abençoada e feliz Páscoa para você e toda sua família.
Fiquem com Deus!
Abraços de luz!
Com carinho e admiração, Rosangela.
http://rosangelaprendizagem.blogspot.com.br/