Ensinar

"Ensinar não é transferir conhecimento..." Paulo Freire

Aprender

"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." Sócrates

Conhecer

Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Bill Gates
 

Acabar com a redação?

sábado, janeiro 17, 2015


“Eu fico abismado com a facilidade com que pessoas desinformadas chegam a certezas, a opiniões inflamadas quando não têm qualquer base para julgarem.” William Golding



"A educação é o futuro da nação"

O colunista da Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman, publicou no dia 16/01, última sexta-feira, um artigo que defende a eliminação do Enem, como ele é feito atualmente, limitando-o a testes objetivos.
A não realização da produção textual, por mais da metade dos alunos e menos de 9% que zeraram a nota, aguçaram críticas ao exame. Não é pouco, concordo. Não dá para fazer de conta que nada aconteceu. Mas retirar a redação do Enem é uma medida extremista e dissociada do que se espera de um ensino de qualidade.

Hélio diz que compreende “ a atração que a prova dissertativa causa no público em geral e nos pedagogos em particular. Em teoria, não há nada melhor do que uma redação para avaliar o estudante.” E eu questiono... a capacidade de argumentar seria então um desejo dos professores e do público, ou uma das necessidades para exercer a cidadania em seus plenos direitos e deveres? E ainda, o colunista afirma que o preço a se pagar pela dissertação é a correção objetiva impossível da mesma, pela quantidade de textos produzidos e que sem a redação, “o Enem seria mais justo, mais estável, mais barato”, não haveria necessidade de contratar revisores e o resultado seria mais rápido! 
De acordo com o filósofo (pasmei!), a retirada da redação não causa perda nula, mas “é administrável”, pois não significaria a “morte da escrita” e argumenta que “o desempenho em testes de múltipla escolha e a capacidade de expressão verbal” são correlatos à produção escrita de forma significativa, tornando a dissertação desnecessária.

Luiz Carlos de Freitas, professor da Unicamp, escreveu sobre o assunto em seu blog e define a postura do filósofo como um defensor da “Lei de Gérson”, caracterizando essa proposta como um “nivelamento por baixo”.

Como se fosse pouco, José Reinaldo Azevedo e Silva, jornalista político, colunista da revista Veja, afirma em seu blog, referindo-se à forma como os professores trabalham a dissertação: “É o que têm feito os professores: um emplastro antipoliticamente incorreto, destinado a “aliviar os nossos pobres alunos da tentação de dizer o que eventualmente pensam”."
Os professores, segundo ele, reduzem a aprendizagem de argumentação dos alunos à mera sedução do leitor.

Sinceramente não sei se choro ou se entro em estado de choque!

2 comentários:

Joyce Pianchão disse...

É o "jeitinho brasileiro" já tão conhecido...
O certo, acredito eu, seria fazer uma reflexão: O que está acontecendo com os nossos jovens?
Por que têm tanta dificuldade em dissertar sobre um assunto?
O que a escola precisa fazer para mudar esta realidade?
O que o governo que dita aos professores que direção devem tomar a todo instante, fará diante deste resultado?
Muito difícil?
Retire a redação e ensine aos alunos a marcar x na resposta correta. Mas, avise que é importante que saibam ler e compreendam o que está escrito antes de marcar, ok?

António Je. Batalha disse...

Blog encantador,gostei do que vi e li,e desde já lhe dou os parabéns,
também agradeço por partilhar o seu saber, se achar que merece a pena visitar o Peregrino E Servo,também se desejar faça parte dos meus amigos virtuais faça-o de maneira a que possa encontrar o seu blog,para que possa seguir também o seu blog. Paz.
António Batalha.