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"Ensinar não é transferir conhecimento..." Paulo Freire

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"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." Sócrates

Conhecer

Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Bill Gates
 

Aos 5 anos...

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

A criança é inocente quando precisa explicar como as coisas acontece, meio fantasiosa, ela diz que Deus sopra as nuvens, São Pedro lava o céu e por isso chove.
Conversando bastante, ela acrescenta várias palavras ao seu vocabulário e as usa. Quase não tem mais o vocabulário infantil. As rodas de conversa são bem-vindas nesse momento. Ela gosta de contar histórias, pode exagerar, mas não faz invenções fantasiosas demais.
Algumas crianças ficam assustadas com trovões, filmes de terros, ou histórias terríveis que lhes contam. Cuidado ao mencionar nosso folclore. Também podem sentir medo se acordam e a mãe não está presente, tendo crises de choro. Podem ter pesadelos sobretudo com animais terríveis. É bom tranquilizá-las com uma conversa calma e franca de que tais criaturas não existem. Não fantasie as explicações ou poderá assustá-la mais do que já está. Deixe-a segura, a mamãe não está lá, mas você está e outros adultos também. Ela está protegida.

Eu e a mamãe, eu e os outros, eu e o meu mundo, eu e o seu mundo - 5 anos (continuação) e um pouquinho da Prô

sexta-feira, janeiro 20, 2012

A criança de 5 anos está muito apegada a mãe. Atende-lhe prontamente, gosta de ajudar em casa, gosta que ela leia histórias. Os castigos impostos pela mãe são obedecidos. O apego é tanto que quando algo vai mal ela culpa... a mãe! A ligação é realmente muito forte.

A criança tem um pequeno entendimento entre o ontem e o amanhã, mas sua relação principal é com o agora e do eu. Então o outro ainda é algo distante. Pode distinguir o lado direito do esquerdo em seu próprio corpo, mas não consegue ainda distingui-lo no corpo do outro. Seria portanto conveniente que ao se tratar de atividades com essa percepção o professor contribua para o entendimento do pequeno, virando-se de costas para ele, assim, na mesma posição a criança começa a compreender o corpo do outro e fica maravilhada, quando percebe que por "mágica", o anel dessa mão consegue passar para aquela, até perceber que o professor apenas se virou.

OBS - Aqui abrimos margens para vários estudos. Aliás elas se abrem em todo momento, mas quero ressaltar que não vejo limites no pensamento sobre tudo o que leio e aqui escrevo. O livro de Gesell tem sido muito útil, aliado a minha prática em sala de aula, mas nem ele, nem o meu bruto conhecimento deixam ofuscadas as oportunidades de estudo que se apresentam. Sei portanto que há muito mais do que aqui está escrito. Lembro que todas as contribuições são bem-vindas, até porque uma cabeça sozinha é apenas uma cabeça sozinha...

Voltando aos pequenos... ainda não consegue perceber o ponto de vista do outro, precisa de ajuda para aprender isso.
Lembro agora de algo que já postei aqui no blog, um episódio muito esclarecedor... Era uma briga entre crianças, meninos e meninas, todos amontoados entre pequenos socos e fortíssimos pontapés (minhas canelas tem memória). Ao chegar no meio do bolo, ele se desfez. Alguns assustados, outros ofegantes, uns ofendidos e outros indignados... "Foi ela tia, foi ela!", "Não fui, foi você que me chutou!", "Foi ele tia, eu vi!", "Não foi tia, foi ela que mordeu ele primeiro e depois ela e ela me seguraram e me bateram bem aqui ó!". Sim, eu fiquei tonta, a gente sempre fica... Briga é briga! Levei todos para a sala que usava na época e nos sentamos. Um copo com água, um colo, um "Vem cá, deixe-me enxugar os eu rosto...", aos poucos foram voltando a respirar. Bem... agora tudo calmo, "Vamos lá, um de cada vez, (importante dizer isso bemmm no começo da conversa e lembrar todo segundo necessário depois) digam-me, o que houve." Estabelecida a ordem de quem deveria começar a contar a história, ouvi todos e descobri que todos tinham a mesma versão, em que mudava apenas o primeiro a ter batido. Era uma brincadeira... de bater! "Não é bater tia, é lutinha!", "É, mas você me bateu!!Grrrr!". "Calma, calma." Mais copo com água, mais colinho e fez-se a LUZ!! - Crianças acreditam que brincando de bater, como nos desenhos, não vai doer, como nos desenhos! Acontece... que dói! Então o colega a traiu, ele não brincou, ele bateu de verdade, porque doeu de verdade! Nesse instante agradeci Emília e Ana!! E ainda ao meu querido (e judiado - vergonha!) professor Pacheco. Que bom que perguntei e não tomei minhas próprias conclusões!
Adivinhem a carinha deles, os olhinhos, quando souberam que no Pernalonga, no Papa-Léguas e principalmente no bentido do Picapau não dói, porque eles são desenhos!! Mas na gente dói, sempre!!!
Foram abraços, beijinhos, pedidos de desculpas e lá se foi uma turma rindo, feliz da vida de volta para o recreio.
Um pequeno urubu (há urubus por toda parte) disse num enorme sorriso: "Ah, criança é sempre criança! Olha aí ó, brigaram feito cão e gato, agora sai tudo amontoado de novo. Já já estão brigando outra vez! É sempre assim!".
Tudo bem que podem brigar de novo, afinal que o desenho é só um desenho é algo que a gente aprende, ninguém nasce sabendo... Mas eu pensei bem comigo: " _Ah é, urubu, não estuda não pra você ver!"

Desabafos a parte, voltemos às crianças.

Pela história (real), podemos perceber como elas precisam de ajuda para compreender o mundo e o outro. Já conseguem se posicionar perante um acontecimento, mas não conseguem ainda perceber o que o outro pensa ou sente.
Ela é muito prática, não tem tantos romantismos. "A colher serve para a sopa, o pônei para montar e o pelo dele não é colorido! Só se você pintar com tinta." As fantasias exageradas a deixam confusa e aborrecida, então nada de filminhos com Barbies encantadas, melhor um que tenha animais, aventuras.

Ela já consegue desenhar uma pessoa com cabeça, tronco, membros, nariz e olhos. Como a criança já identifica quantidade, consegue fazer os dedos nas mãos em seus desenhos, que até então teriam ora um, ora outros. Consegue traçar figuras geométricas planas e algumas letras maiúsculas, fazendo às vezes comparação dessas com pessoas ou objetos que conheça.

PS -Estou um pouco perdida quanto ao tamanho dos posts, tento dividi-los de forma a não ficar com a leitura cansativa, mas se acharem que estão pequenos ou divididos demais, por favor falem e dou um jeito nisso...

Continua...

Continuando os 5 aninhos...

Grupinhos em sala de aula

A criança de 5 anos é mais ponderada que a de 4. Pensa mais antes de falar. Como já dito gosta de responsabilidades e privilégios, dos quais sinta que pode dar conta, mas não lhe agrada muito desafios, podendo explodir se sentir-se pressionada, o que logo passa.
Tem senso de humor, às vezes brinca dizendo que não fez algo que se espera dela e se diverte ao ver que as pessoas se decepcionam com isso, mas depois todos vêem que ela o fez. Então ela não é mentirosa, apenas diverte-se vendo humor nessas situações.
Gostam de aprender para sentir a aprovação social, pedem ajuda e a aceitam se sentem necessidade, como já dito, gostam de pedir licença e aguardar para tê-la. Portanto é um bom momento para se trabalhar a vida em sociedade. Os famosos combinados de sala, a discussão entre o que se pode ou não fazer e o porquê disso tudo, pois apesar de demonstrar interesse em aprender está envolvida demais no seu mundo pessoal e tem suas atitudes pelo que quer que os outros pensem dela e pelo que está sentindo por ela mesma, não pensando em comunidade.
Realiza atividades em grupo com poucos colegas, mais preocupada na sua atividade do que na do grupo. Lida bem entre meninos e meninas, sem fazer distinção, mas competindo por alguns papéis que já sejam entendidos por ela, como em uma dramatização, quem vai fazer o papel masculino e o feminino.

ESTRELINHAS

Eram 4 cores de estrelas com os seguintes valores:

Estrelas vermelhas - valiam por qualquer atividade cumprida, desde uma atividade escrita, a participação em uma brincadeira ou atividade oral, a realização de um trabalho, etc.

Estrelas verdes - valiam 5 estrelas vermelhas, ou seja, a cada 5 vermelhas, trocava-se por uma verde. Elas valiam para trabalhos mais elaborados, ou quando a turma estava desistindo de ganhar a vermelha.

Estrelas amarelas - valiam 10 estrelas vermelhas ou 5 verdes - eram essas que eram contadas no final do mês (como as crianças eram maiores o prazo para trocar a estrela podia ser estendido, com crianças mais novas recomendo fazer a troca semanalmente, ou elas desestimulam). Eram dadas para atividades complexas, como um trabalho a ser apresentado para a turma, ou escrito, um desafio resolvido, por boas ações dentro da escola.

Estrelas azuis - valiam 10 estrelas amarelas, mas ATENÇÃO, não se podia trocar estrelas amarelas em azuis!! Coloquei-as em uma caixa forrada com veludo preto, pois elas eram super especiais, eram dadas por atitudes inesperadas, descobertas, em grandes desafios.

No final do mês eu contava as estrelas, então o aluno que tivesse mais estrelas amarelas ganhava um presente. E eu dei bons presentes. Só houve um empate, entre duas alunas, as duas ganharam um despertador das princesas.

Para contar as estrelas eu contava de cinco em cinco, se não completava 5, não valia. Ex:

7 estrelas verdes valeriam 1 estrela amarela, pois 5 verdes = 1 amarela e 2 verdes não valiam nada.

No começo eu contava todas, mas as que sobravam alguns alunos recortavam e colavam na folha do mês seguinte.

Na turma do 2° ano eu mesma colava as estrelas, com o 4° ano, eles colavam. Primeiro fizemos na última folha do caderno e eles mesmos decidiram como iam organizá-las. Foi a primeira tabela da turma e haja discussão. Por fim fizeram uma coluna para cada estrela e cada um enfeitou como quis.

Depois, como as estrelas acabaram misturadas, decidimos fazer a tabela em uma folha, uma por mês, no final, quando eu contava as estrelas, jogava a folha fora e dava outra para o mês que começava. Assim não tivemos mais problemas.

Também recomendo um furador de estrelas, pois uma professora, amiga minha, recortou as estrelas e teve a infeliz surpresa de tê-las falsificadas.

Como se dá estrelas para todas as atividades é praticamente impossível que algum aluno não ligue para elas. Tive só um que falou que não se importava, mas como ele realizou um feito e ganhou uma azul, logo elas voltaram a ter importância. Não tive choro, nem reclamações por não terem ganho alguma vez. E como foram só 11 premiados (2 em um mês), achei que a turma foi bem madura.

Claro que além da equipe da escola concordar é necessário ver como a turma reage, porque sabemos que receitas didáticas só tem um resultado = fracasso! Então não fique triste, nem se sinta culpado se der errado. Isso também é aprendizado e assim buscamos novas formas de agir.

Alguns colegas criticam essa prática, dizem que é uma forma errada de se ensinar algo. Bemmm, aí temos alguns pensamentos:

  1. Eu não ensino nada a ninguém, os alunos aprendem e eu interfiro onde penso que devo, provoco, ajudo-os a pensar;
  2. Eles tinham a opção de não fazer a atividade, o que implica na nota, a estrela poderia então ser uma nota enfeitada? Não, eles não ligavam para nota, mas para as estrelas.
  3. Depois de um tempo, alguns tomam gosto por aprender e acabam nem ligando tanto para as estrelas.
  4. Alguns alunos só fazem atividade por causa da estrela. Talvez a fariam por causa da nota. Talvez não fizessem nada se não tivesse estrela...
  5. Se eu trabalho como trabalho porque recebo, se muitos vinculam a qualidade do trabalho ao valor que é pago, se o mundo vincula o valor que paga pelo trabalho que recebe, se eu vivo no capitalismo, como fazer de conta que isso não existe? Só na escola mesmo...
Aceito críticas, pois elas sempre me ajudam. Acreditem, não me matam, me fortalecem, sempre. Então, se estiver disposto a argumentar comigo, não espere, faça! Pode ter certeza de que cantarei aos quatro ventos se, juntos, descobrirmos uma forma melhor que essa de também estimular o envolvimento dos pequenos. Não estou dizendo que é a única, mas que é uma forma que encontrei, que mudo todos os anos, de acordo com a turma, com a escola, com as minhas possibilidades, com o entendimento dos pais, das crianças e meu também.

Com as crianças de 5 anos, penso que os presentes não são necessários, um carimbo no caderno, um desenho especial para ela, um "poder ajudar a professora", que lhe garante a responsabilidade de que ela gosta de ter no momento, pode ser bem mais eficaz do que um brinquedo ou um adesivo.


5 aninhos

Continuando...

A criança de 5 anos não gosta muito de contos de fadas, ou de coisas maravilhosas em excesso, gosta de histórias do dia-a-dia, que tenham a ver com família, com a vida como ela é realmente, em suas cenas domésticas.
 Descobriu o seu mundo, é uma pessoa caseira, mas o lar ainda lhe exige atenção, pois a familia mesmo é algo a se descobrir constantemente.
Pode usar linguagem de bebê ao falar com outra criança mais nova, irmã, irmão, ou não. Gosta que os pais lhe contem de quando é mais pequena, isso ajuda-a a libertar-se da infância e a identificar-se mais com o mundo em que está agora.
Não é madura ainda para abstrair situações, tem um relacionamento com o mundo da sua forma.
Apresenta forte sentido de possse, gosta  do que é seu e tem orgulho de possuir. Cuidado para não confundir isso com egoísmo, pois essa criança tem tendência em referir-se a sua pessoa, mas não é agressiva. Gosta de falar do seu  mundo e das coisas que conhece, que lhe são familiar. Para isso quando formos trabalhar conceitos que possam ser novos a ela é interessante que lhe familiarizemos primeiro.  Ela demonstrará curiosidade sobre o que não conhece ainda, tentando entender e então fará muitas perguntas, como o que é, para que serve, do que é feito, como funciona, etc.
Costuma pedir ajuda quando sente necessidade, gosta de ter pequenas responsabilidades e privilégios que possa realizar. É bom então começar já com o ajudante do dia e ter algumas premiações para cada realização da criança, eu sempre uso as estrelinhas, mas depende da equipe pedagógica da escola.

Esse ano, como estava com o 4° ano eu fiz uma reformulação das estrelas, vou contar como foi...





A criança de 4 e 5 anos

sexta-feira, janeiro 13, 2012

Este ano tudo muda! Estarei com uma turma de Educação Infantil e minha experiência é pequena. Espero poder retomar o blog com tudo que ele tem direito, começando com os estudos.
Os posts a seguir tratam da criança de 4 e 5 anos, baseados nos estudos do livro "A criança dos 5 aos 10 anos" de Arnold Gesell, um ótimo livro para se conhecer melhor os pequenos e ainda os adolescentes. Além disso a minha experiência como professora me permite fazer algumas inferências relevantes para a sala de aula. Enfim, é um estudo que compartilho, não tendo a pretensão de se fazer valer para outras pessoas que não seja para mim, mas está à disposição para leitura dos que quiserem. Fiquem à vontade, como sempre, para comentarem, enviarem e-mails e falar comigo no msn.

Crianças...

A criança de 4 anos, segundo Gesell é bem ativa, irriquieta, com constantes atividades físicas, extrapola na sua imaginação, por isso atividades teatrais são atrativas e bem-vindas. além disso é importante compreender porque ela não vai ficar sentada na cadeirinha, podendo realizar suas atividades enquanto fala e se movimenta.
Ela improvisa nos desenhos e lhe dá nomes após fazê-los (raramente antes), mas ainda não tem um desenho definido totalmente, a figura de uma pessoa pode se metamorfoseiar-se com facilidade. Então é importante marcar o que ela disse ser o desenho, para evitar constrangimentos futuros e ainda não exigir que faça o mesmo desenho outra vez, pois certamente ele sairá diferente.
A criança dessa idade costuma conversar bastante, contar histórias incríveis (criança pode até não mentir, mas inventaaaaaaaaa), bastante criativas e por meio de suas fantasias procurar entender-se e entender melhor o mundo em que vive. É importante ouvi-la! Dê atenção à suas histórias, mas não leve tudo ao pé da fala.
A criança de 5 anos já mostra traços de personalidade marcados, dando mostras do adulto que pode se transformar. É uma idade preciosa, torna-se mais comedida que aos 4 anos, amadureceu. Precisa de tempo para consolidar o que aprendeu antes de lançar-se ao mundo novamente e começa a demonstrar desassossego aos 5 anos e meio, mais ou  menos.
Essa criança sente-se muito segura em ambientes familiarizados e com as pessoas de sua família, sobretudo a mãe. Então preparem-se, pois ela pode chorar e muito nos primeiros dias de aula. O que é perfeitamente compreensível, já que estará provavelmente em um ambiente que ela ainda não conhece bem e irá sentir-se insegura e com medo. Existem algumas técnicas interessantes para que isso possa ser amenizado, tanto para orientar as famílias, como para que possamos recebê-las com mais segurança:
  • "O comportamento dos pais influencia muito a reação da criança ao primeiro dia de aula. Para que o pequeno aluno não fique inseguro ao colocar os pés no novo ambiente, os pais devem transmitir a segurança de que aquilo é o melhor para ele... é muito importante que os pais procurem ter contato e obtenham confiança na professora que cuidará de seus filhos, porque ela assume uma função materna... É até esperado que eles apresentem problemas no início...a criança que não tenha uma reação, mostrando ao menos um pouco de medo e insegurança no início do convívio em um ambiente novo, pode estar apresentando falta de vínculo familiar ou mesmo falta de espaço para se expressar; ela pode estar sendo muito cobrada pelos pais, que exigem um primeiro dia de aula sem choro. No começo, essas crianças parecem ser as que menos estão sofrendo, porém a dificuldade aumenta com o tempo e a crise é muito maior posteriormente...é importante ter disponibilidade para passar algum tempo na escola na fase de adaptação da criança (geralmente uma semana)... ficar de olho na atenção que a escola dá ao problema... quando a criança reage à saída da mãe com pânico mesmo depois de algumas semanas de aula, essa deve ser considerada uma adaptação difícil, mas que pode ser trabalhada com a direção da escola, junto aos pais ou mesmo com a ajuda de um profissional especializado. Enfim, todos os problemas podem ser resolvidos quando recebem a merecida atenção, principalmente dos pais, que devem estar sempre atentos ao comportamento de seus filhos." Psicanalista Infantil Vera Zimmermann.
Fonte:  http://www.alobebe.com.br ( há mais informações no site, sobre crianças de 2 e 3 anos inclusive. Vale a pena ver!)

  • "...a melhor maneira de fazer seu filho ir para a escola é conversando muito com ele, mostrar os pontos bons de uma escola, incentivá-lo a buscar cada vez mais conhecimento nas aulas e a visualizar isso como algo divertido. Frisar pontos como o de conhecer amigos também ajuda a criança a perder o receio de ficar em uma escola...
    Buscar entender o porquê disso. Converse com a criança, veja se ela tem brigado com colegas, se a professora o amedronta, se ele está com medo de não aprende. Certas crianças não contam o que vivem na escola, por isso, os pais de maneira amigável e calma devem buscar um diálogo. Saber como convencer a criança a ir para escola é muito importante, brigar com seu filho e tentar obrigá-lo apenas piora a situação.

    Saber como é o trabalho da professora, o ambiente de classe e o convívio da criança em ambiente escola é necessário para que os pais e responsáveis tenham noção de como agir em determinados momentos.Faça já do caminho algo divertido, se possível. Nos primeiros dias leve a criança para o local. Muitos pais acabam contratando vans, o que é mais que normal, mas a criança pode se sentir mais segura indo com o responsável nos primeiros dias. É tudo uma questão de paciência e dedicação, sem esquecer da conversa no dia-a-dia."


    Fonte: http://www.mundodastribos.com/

  • "As escolas maternais (leia-se de Educação Infantil também, segundo a minha opinião) devem oferecer programas de adaptação no início do ano, visando evitar sofrimento desnecessário para a criança. Devem esclarecer e tranqüilizar as mães, aumentar sua confiança na escola e permitir a elas que acompanhem seus filhos nos primeiros dias, até que o pequeno se integre ao grupo da sua sala de aula.
    Como fazer isso? – É necessário um encontro entre as mães de "primeira viagem" e todo o pessoal da escola; nesse diálogo a mãe pode conhecer melhor o funcionamento da escola, como se organiza, as atividades, o material que a criança vai usar e seus objetivos; conhecer o pessoal;
    As professoras são qualificadas? Têm experiência? Têm uma relação estável de emprego que lhes dê segurança? Quem atende as necessidades das crianças individualmente? Pode trocar idéias com as outras mães.
    Nesse encontro, a escola deve explicar o seu programa de adaptação, fundamentá-lo, envolver as mães nele. Tudo isso trará a elas um pouco mais de segurança, clareando a questão.
    Por sua vez as mães devem procurar prever com antecedência esse acontecimento tão importante para seu filho que é "ir para a escola" e procurar reservar alguns dias para isso. Procurar matricular a criança respeitando o início do período letivo é importante para poder participar plenamente dos programas que as escolas oferecem.
    Desta forma a criança "experimenta" a escola sem precisar se afastar da mãe. Com a mamãe presente, ela se familiariza com o ambiente, cria laços afetivos com a "tia", participa das primeiras atividades escolhidas entre as que mais atraem. E fará isso tranqüila, com o apoio da presença da mãe, e assim descobre que a escola é boa, a tia é amiga, as atividades são gostosas, que sempre chega a hora de ir embora para casa.
    Em poucos dias, enfim, consegue aceitar a ficar sozinha na escola. É importante que a mamãe se despeça, afirmando que vira buscá-la quando acabar a aula. Pode até ser que ainda haja um chorinho, mas já não será o pânico que às vezes observamos nessa situação de primeiro dia de aula.
    Ficando na escola alguns dias, a mãe pode observá-la funcionando: as crianças em atividade; suas reações no relacionamento com colegas e tias. No geral essa experiência confirmará (ou não) sua confiança na escola reafirmando sua decisão em deixar a criança frequentar, ajudando-a a não se deixar chantagear mais tarde com eventuais birras (também acontecem) do pimpolho e não cair na armadilha do famoso "se você não chorar, eu trago um presente...", que é tão deseducativo e deformador do caráter." Ana Maria - pedagoga e fundadora do Catavento.


  • "Prepare a criança para o ingresso na escola. Essa preparação deve incluir desde uma visita às instalações do colégio até a compra de material escolar. O entusiasmo dos pais também pode ajudá-la a criar uma expectativa positiva sobre sua ida à escola, desde que o entusiasmo seja natural e não exagerado.
    •Quando a criança tem irmãos mais velhos que já frequentam a escola, isso contribui para que ela entenda que, assim como os pais vão para o trabalho todos os dias, os filhos vão à escola. Outra vantagem é que a criança lida melhor com suas fantasias de abandono. É comum algumas crianças resistirem à escola com medo de que os pais não voltem para apanhá-las mais tarde. Quando observam que isso não ocorre com os irmãos, conseguem controlar mais facilmente esse tipo de ansiedade.
    •Muitas escolas adotam um horário reduzido na primeira semana ou no primeiro mês de aula, com o objetivo de auxiliar na adaptação da criança. Essa medida, em geral, é muito boa, pois diminui o tempo de separação dos pais e a criança pode ir acostumando-se aos poucos com o novo ambiente.
    •Mais importante que tudo é que os pais controlem sua própria ansiedade. Quanto mais ansiosos eles se mostram, maior é a ansiedade da criança. A mãe cujos olhos se enchem de lágrimas ao deixar o filho na porta da escola sinaliza para ele que algo doloroso está para acontecer e o resultado é inevitável: choro e pânico, muitas vezes de ambas as partes. Quanto mais naturais e tranquilos os pais se mostrarem, melhor para a criança.
    •Antes do primeiro dia de aula, é preciso pensar sobre a melhor medida a tomar se a criança começar a chorar na porta da escola. Para isso, é bom conversar com a direção ou os professores para saber qual a posição da escola nesses casos. Muitas insistem para que a criança fique, porque sabem que ela acaba se acostumando com o ambiente no decorrer do dia e até gostando. Outras preferem que os pais fiquem por perto (mas não à vista) para o caso de a criança realmente ficar muito ansiosa. Independentemente da medida a ser tomada, é importante que os pais não permitam que o filho utilize o choro como uma forma de não ficar na escola. Quando isso ocorre, é muito mais difícil retomar o processo de adaptação e, muitas vezes, a escola acaba ficando para o ano seguinte.
    •Se a criança começar a apresentar sintomas físicos, como vômitos ou desmaio, à medida que o horário de ir para a escola se aproxima, é importante averiguar o motivo, que pode ser mais grave que a ansiedade da adaptação. É recomendável que os pais compareçam à escola e procurem saber se ocorreu algum fato que deixou o filho assustado. Também é importante que avaliem a necessidade de um acompanhamento profissional. "

  • A atitude da professora "deve ser de aproximação, respeito, afeto (sem ansiedade nem agonia) e de tranquilidade diante das reações típicas da falta de adaptação: choros, ataques, raivas, etc."
    Chame a criança pelo seu  nome e lhe diga o seu.
  • Ajuda muito conhecer alguns traços gerais da personalidade da criança, por conversa com os pais ou com a antiga professora.
  • Tente “criar um clima de segurança afetiva para que a criança se sinta segura de si mesma individual e coletivamente”. Quando chegar "alguma criança nova, os que são do ano anterior, ou que já levem vindo uns dias, encarreguem-se de mostrar-lhe a sala, dizer-lhes seus nomes, o que gostam de brincar, etc. É importante que a criança se sinta à vontade nesse espaço, que o conheça, e  transite nele para conseguir que afetivamente lhe diga algo. Que seja algo seu. Assim devemos tentar familiarizá-los com a distribuição do material, seu espaço para guardar seus materiais, espaço que ocupa no chão na hora das brincadeiras, etc. Igualmente a criança deve adaptar-se ao novo espaço que lhe corresponde no refeitório: em que mesa se senta, em que lugar, ao lado de que amigos, etc." Leve a criança pelo famoso passeio pela escola:
"ESPAÇOS INTERNOS: Outras salas, cozinha, enfermaria, escritório, banheiros, etc.
ESPAÇOS EXTERNOS: Pátio crianças maiores, pátio de pequenos, árvores, grades, arredores da escola.
PESSOAS: Pessoal da cozinha e da limpeza, outras educadoras, médico, coordenador, pessoal da manutenção, etc., com as funções que cumprem cada um deles.
  • Deve-se considerar a angústia que implica aos pais separar-se de seus filhos e ter em conta o sentimento de culpa que isso acarreta. Tentemos compreender suas ansiedades, e a melhor forma de fazê-lo é falando-lhes com segurança e afeto que que se dêem conta que conhecemos tanto sua situação como a das crianças, de tal forma que tenham absoluta segurança de que seus filhos vão adaptar-se muito bem à escola. Uma boa forma de entrar em contato com os pais é a entrevista, ou entregar-lhes e comentar-lhes a folha informativa (ou agenda da criança) sobre a adaptação. "


  • " A criança deve ser incentivada a ir à escola: a família deve falar disto com animação.
  •  Devem ser evitadas longas explicações que possam gerar insegurança ou desconfiança.
  •  É fundamental levar a criança para conhecer a escola antecipadamente e deixá-la se ambientar durante algum tempo, à vontade.
  • É preciso tomar cuidado com as mensagens contraditórias (como por exemplo, oferecer recompensas pela ida à escola, tratá-lo como "coitadinho" por estar tendo que acordar cedo para sair ou outros motivos quaisquer etc.).
  • Os pais precisam conseguir um tempo flexível para ficar na escola durante o processo, de acordo com a orientação da coordenação pedagógica. Havendo revezamento entre os pais, ou se precisarem contar com a ajuda de outra pessoa, ela deve ser muito familiar à criança e deverá estar a par das orientações da escola quanto ao período de adaptação.
  • Será preciso que compreendam que o choro na hora da separação é muito comum e que ele não significa necessariamente que a criança não queira ficar na escola.
  • Da mesma forma, a ausência de choro muitas vezes também não quer dizer que ela não esteja sentindo a separação.
  •  Evitar comentários sobre as atitudes da criança na sua frente.
  •  A criança deve ser levada caminhando e desta forma ser entregue à professora. É sempre mais difícil sair do colo de alguém conhecido.
  •  Mais adiante, será preciso incentivar a criança a ficar na creche, dizer sinceramente que estão indo embora e explicar quem virá buscá-la. Desta forma, ela vai conseguindo ganhar confiança de que voltará normalmente para casa.
  • É preciso que procurem ser carinhosos, mas firmes, sem demonstrar dúvidas sobre se ela vai ficar bem.
  •  Os pais devem despedir-se naturalmente e nunca sair escondidos. A criança fica muito desconfiada e insegura com esta atitude.
  •  É muito importante, ainda, que os pais se lembrem de que cada criança é única, e que, assim, cada período de adaptação será também único e individual. Evite fazer comparações entre a adaptação de coleguinhas ou irmãos.
  • Em casa, organizar a rotina de forma que a criança não se sinta apressada para sair para a escola, tirando-lhe parte de seu prazer.
  • Incentivá-la a organizar um espaço para guardar os pertences da escola, assim como uniformes e merendeiras.
  •  Organizar um espaço de estudo tranqüilo e individual.
  •  Combinar um horário de estudo com a criança (quando houver).
  • Dar atenção aos deveres de casa de um filho é muito importante. Desta forma, os pais saberão o que a criança está aprendendo e terão mais uma oportunidade de troca com ela.
  •  Será muito útil ainda perguntar as novidades na volta da escola, ajudando a fixar os aprendizados e as novas descobertas.
  • Quando a criança levar lanche, incentivá-la a ajudar a preparar seu lanche ou a escolher entre algumas poucas opções.

Mesmo com tudo isso é inevitável sentir-se constrangida perante o choro dos pequenos. Não se culpe, nem fique ansiosa, pois é normal sentir-se assim, afinal é um ser humano que sofre e você já sabe porque ele está sofrendo. Mantenha-se calma, JAMAIS segure a criança, ou tente obrigá-la a ficar. Minha pouca, mas valiosa experiência já viveu situações em que os pais ou choram junto, até antes da criança, deixando-a apavorada. Imaginem o que ela pensa, quando o pai a larga chorando. Deve achar que no mínimo ficar na escola é algo que dói. Se isso acontecer, chame o pai de lado, fora do alcance da criança, principalmente auditivo, e diga-lhe do incoveniente de sua situação, peça que evite a cena na frente do pequeno. Há também aqueles que ficam indignados se o filho sai independente e não lhe dá muita atenção e também choram, posterior a entrada do filho e também necessitam de orientação. E ainda tem os que deixam a criança viram e saem, quando não lhe dão uns tapas, porque "precisam ir trabalhar". As aspas não tira a veracidade do fato, o problema é que ele não é motivo para agir assim. De todo jeito é necessária uma paciência monstra de nossa parte, a segurança de estar fazendo o seu trabalho de forma correta, sem dar ênfase a nenhuma dessas situações e ainda orientando os pais quando isso se fizer necessário.
 Existe uma brincadeira também, de que a mãe deixa algo com a criança dizendo que vem buscar depois. Parece bobo, mas eu já vivi isso e deu certo, com uma criança, com a outra não. A criança tinha certeza de que a mãe viria buscar a carteira vazia, mas não tinha certeza de que a buscaria. Portanto, qualquer coisa que saibamos sobre esse assunto nunca é demais, o ser humano é muito complexo para que deixemos de lado alguma informação. Assim, tudo o mais que eu encontrar sobre esse assunto postarei aqui.

continua...

Que venha 2012!!

terça-feira, janeiro 10, 2012

Desejo a todos os professores um ano de realizações, suas e de seus alunos!
Nós sabemos o quanto um ano promete, como ficamos ansiosos com a chegada do primeiro dia. Não importa quantos anos de profissão você tenha, o primeiro dia do ano é sempre o primeiro dia do ano.
Se você é professor contratado, então meu desejo para você é ainda maior! Você pode estar começando em uma escola nova, e nela será tão novo quantos os alunos que vai receber. Isso assusta não? Mas, por um lado, te (nos) dá uma vantagem! Sabemos exatamente o que nossos alunos novatos estão sentindo! Bingo!!
Se você está na mesma escola há anos (também já fui como você), não tenha a ilusão de que tudo vai ser igual. As pessoas podem sim, permanecer por muitos e muitos anos nos mesmos erros. Mas cada dia é um novo dia, um "presente", como diz um texto que eu li. Então, deixe o ano velho lá mesmo onde ele ficou, no passado e comece de novo!
Como é bom ter sempre uma chance de recomeçar! Claro que ela começa a todo segundo, mas um ano marca muita coisa e algumas mudanças significativas nos acompanham, a começar da nossa idade, hehe!
Assim, desejo que todos tenhamos um ano sobretudo de paz, nesse nosso mundo que apesar de violento, ainda tem jeito. Eu acredito nisso!

Aff...

domingo, julho 24, 2011

Sem tempo pra nada, nem pra cumprir as promessas de novos posts. Espero que o ano termine bem e que eu ainda esteja inteira. Vontade de voltar não me falta!

Parabéns ao Jornal Nacional - Rede Globo

sexta-feira, maio 20, 2011

Assistindo as reportagens do Jornal Nacional sobre as escolas convenci-me de que não faço o suficiente para ser uma boa professora. Afinal é necessário conformar-me com um baixo salário, que nem consegue garantir minha formação como perfeita e adequada, mas isso é só um detalhe, afinal fazer greve é errado, eu privo os alunos (leia-se meus, pois tenho a maior responsabilidade sobre eles) de ter aula e faço-me responsável pelos baixos resultados.


Como professora aprendi, pelas reportagens, que desisto de meus alunos e que os pais não podem fazer isso também. Aprendi ainda que se algum dia eu for diretora, devo dormir na escola e usar do meu dinheiro para comprar o que a escola precisa, já que não há possibilidade de contar que quem deva fazer isso, faça. Não devo ficar revoltada, nem questionar isso, pois são profissionais da educação que estão falando isso na tv. Pessoas que estudaram e tem vasta experiências em situações problemáticas escolares é que estão falando e eu devo ouvir, observar e aprender.


E ainda, como se já não bastasse, aprendi que nas escolas boas os salários são revelados, das escolas ditas ruins não. Até porque os professores fazem greve. Não fez sentido para você? Para mim também não, mas eu vi, estava lá na tv.


E assim caminhamos...


O problema é só salarial? Eu falei só de salário? Ah, desculpem-me... Vamos falar do que interessa então. Qualquer pessoa pode lecionar, quem tem muita ou pouca formação, assim como qualquer pessoa pode tratar os seus dentes ou medicar você. Que diferença tem em ir em um especialista da saúde ou em um clínico geral? Nenhuma!! E ai dos médicos e dentistas que se atreverem a fazer greve! Seus pacientes ficarão sem tratamento e eles serão responsáveis pelas doenças da população.


Se continuamos nessa toada, professor será uma provável profissão em extinção. Ou melhor, já é. Escrevi no Google: faltam professores e recebi "aproximadamente 1.480.000 resultados (0,13 segundos) ". Esse número é significativo?


Levanta a mão quem quer trabalhar muito, em parcas condições, receber pouco, ser proibido de questionar, não ter a formação que necessita, abraçar vários problemas e ainda ser responsabilizado pelo fracasso e escrachado publicamente!!! Sentei nas minhas, pois o "amor" a profissão me faz sentir uma vontade irresistível de levantar as mãos.


A sim, professor bom dá aula pelo amor. Você não sabia disso? Devia ter visto outra reportagem da mesma rede de tv mostrando maravilhosos professores que ganhavam um valor irrisório para exercer sua profissão e eram felizes, pois amavam o que faziam. Que exemplo!!


Minha indignação é tanta que não consigo mais escrever...


Santa Rede Globo! Abençoada seja pelo ar que me falta agora!

DAR UM BASTA!!

quinta-feira, março 24, 2011

Pode ser que vocês tenham estranhado meu sumiço, contraditório a minha disposição e disponibilidade em voltar a postar.
Pois bem, vou explicar.
Agora tenho uma internet com conexão de 5 gigas, dois computadores de última geração em casa, faxineira (ufa!), a vida muito mais organizada! Trabalho numa escola que julgo excelente, sinto como se tivesse trabalhado lá minha vida inteira... Tenho amigas preciosas que me ajudam em tudo, além de serem ótimas colegas de trabalho.
Mas existe uma coisa que atravanca qualquer progresso que todas essas bençãos possam trazer para a minha vida de professora... o tal do SISTEMA!!!
Existe algo mais BURRO do que o nosso sistema de educação?
De verdade não sei qual vai ser a repercussão deste texto, porque sempre trabalhei em sistema público de ensino. Trabalhei muito pouco em escolas particulares e, apesar da organização dessas me parecerem bem melhor, acabei sempre abrindo mão para as escolas públicas.
Então me digam, existe algum professor que partilha comigo minhas angústias de ter alunos que você sabe desde o início que não vão vencer os malditos objetivos? Sei que não se deve rotular aluno, por favor, não me entendam mal, não é isso que estou fazendo. Mas quem dentre nós não sabe que vai ser impossível?
Daí penso no discurso da educação... Temos que respeitar o ritmo do aluno.... Blá, blá, blá...
E cadê isso na prática? Onde está esse tal respeito? Se alguém souber, por favor, deem meu email pra ele!!!
O tempo deveria ser do aluno e não do maldito currículo.
Estou farta e hoje mais do que nunca. Que falta de respeito com esses alunos e com a gente!
PROFESSORES, pelo amor de Deus, vamos fazer alguma coisa!!!!
Meu desespero me faz colocar quantas exclamações eu quiser em minhas frases, ele me concede esse direito!! Estou tão indignada!
Tanto que nós estudamos, tanto que tentamos sempre fazer o melhor que damos conta, tanto que deixamos de lado tudo o mais que é importante para nós a começar por nossas famílias, nosso estômago, nossa bexiga, nossas vistas, nossa saúde...
Quantas vezes gastamos do nosso parco salário para comprar material para trabalhar com esses alunos? Material que deveríamos ter a rodo na escola... Mas que o SISTEMA não possibilita.
Por que é assim?
Quando isso vai mudar?
É tudo tãoooooooooooo absurdo que nem dá para acreditar que acontece!
Não existe mais nem um discurso que caiba aqui!
A escola de antigamente não era a melhor!!!! ERA A PIOR DO MUNDO! EXCLUÍA TODOS ESSES QUE HOJE NOS ASSALTAM, NOS PEDEM ESMOLAS, NOS ATORMENTAM COM O USO DE DROGAS!!
Não quero essa escola de volta!
Quero e preciso andar para frente!
Quero uma escola que cumpra o que promete, que deixe todos serem felizes fora da escola! Até porque dentro dela não existe essa felicidade maquiada com a falsa acomodação do cumprimento do dever!
Meu papel de professora vai muito além de assinar meu ponto, de ajudar meus alunos a aprenderem o que eles precisam dentro e principalmente fora da escola.
A escola serve para o mundo e não ao contrário!!
Então porque ainda há um currículo que determina um tempo para o aluno aprender?
É tanto que quero falar que este post não vai ter um fim hoje!
Vou pesquisar mais, argumentar com leis.
Se eu fosse efetiva entrava para o sindicato, pensei outro dia! Ouvi em alto e bom som: E você acha que o sindicato faz alguma coisa?
QUEM VAI FAZER???
Não vejo médicos (eterna comparação) sacrificando seus pacientes! Por que aceitamos sacrificar os alunos? Eles são nossos! Foram seus o ano passado, vão ser meus esse ano e de outro o ano que vem! Não são deles, nem só meus, são nossos!
NOSSOS PROBLEMAS, NOSSA SAÚDE, NOSSO TEMPO, NOSSAS FAMÍLIAS, NOSSAS VIDAS!
Não formei para ser conivente com essa pouca vergonha de fazer de conta que me importo!
De verdade, não aguento mais segurar!
Quem me conhece sabe que o silêncio é uma dor angustiante para mim e já fiquei em silêncio tempo demais!
Se eu for punida de alguma forma (porque ainda queimam as bruxas), se eu me arrepender por entender melhor o que acontece, com certeza irei divulgar isso também.
No momento luto apenas pelo meu direito de expressão, respeitando a lei que me veda o anonimato!
CHEGA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL


A NOTÍCIA DO LANÇAMENTO NA INTERNET DA WDL, A BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL.
QUE PRESENTE DA UNESCO PARA A HUMANIDADE INTEIRA !!!

Já está disponível na Internet, através do site http://www.wdl.org

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Primeiro dia de aula daqui há 3 horas e eu ainda não consegui dormir! Pura ansiedade. Por essas e outras naveguei na net. E aqui estão alguns endereços que achei muito interessantes. De um deles retirei inclusive a dinâmica para amanhã.

http://coelhodacartola.blogspot.com/ - jogos e dinâmicas para a sala.

http://paixaoemensinarprofe.blogspot.com/2010/02/atividades-para-o-4-ano-do-ensino.html

http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/entrevista-claudia-molinari-433195.shtml - entrevista com Claudia Molinari sobre como trabalhar em grupo e em turmas multiseriadas - interessante para se trabalhar em salas com diferentes níveis de aprendizagem.

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/intervencoes-conscientes-423698.shtml - intervenções para o avanço da escrita e da leitura.

domingo, fevereiro 06, 2011

Começo de ano - LEITURA E ESCRITA

Esse começo de ano em especial foi um dos melhores que já tive. A Prefeitura de Ribeirão Preto organizou um momento de palestras que foi muito produtivo. Fiquei feliz com a equipe de formação que é pequena para tanto trabalho e conseguiu fazer uma maravilha. Claro que nunca se agrada a todos, mas acho bom poder parabenizar Vanice e Alessandra pelo esforço. Afinal, nós todos que trabalhamos em educação sabemos o quão é difícil produzir algo e como são tantas as pedras que recebemos.
As duas palestras foram importantes para mim. Mas a segunda foi de suma importância para o meu trabalho com alfabetizadora, mesmo atuando este ano como professora de 4º ano.
A palestra foi com Mara Póvoa sobre o sistema de escrita. Ela falou sobre como intervir para que o aluno avance de um nível para outro. A primeira intervenção comentada foi do nível pré-silábico para o silábico e das contribuições de Sofia Vernon nesse sentido.
Mara explicou que durante as décadas de 70 e 80 a concepção construtivista entrou no Brasil junto com a espontaneísta e a concepção da primeira ficou confusa. Surgiu então um discurso conhecido nosso de que A CRIANÇA VAI AMADURECER, mas nas palavras sábias de Mara, “CRIANÇA NÃO É FRUTA!”. Portanto faz-se necessárias intervenções para que a mesma avance em seus conhecimentos sobre a língua.
Vimos que no nível pré-silábico há a criança unigráfica, que atribui uma única letra para representar suas palavras. Ela está presente em grupos de crianças muito novas ou com pouco ou nenhum acesso à escrita, *ou ainda em casos de crianças especiais, como uma aluna que tive ano passado.
Farei aqui algumas contribuições de outros estudos, que juntos a palestra me renderam belas reflexões.
Para analisarmos a escrita do aluno (*digo do aluno, pois percebi, quando lecionei no EJA que os alunos desenvolvem o mesmo processo) devemos considerar, segundo Emília Ferreiro que não são mais cinco níveis e sim três períodos inter-relacionados e não mais limitados.
1º período - corresponde ao nível 1, icônico (desenho) e não-icônico (escrita): fase, em que os educandos começam a distinguir desenho de escrita mas ainda não distinguem as letras dos números, pensam que é necessária uma quantidade mínima de letras para a escrita (três) e não apresentam repetição entre os grafemas não-icônicos.
2º período -. “A distinção adquirida no nível precedente entre o icônico e o não-icônico não se perde; ao contrario, ela se integra às novas construções”. (Ferreiro, 1990)
Aqui surgem os dois eixos que serão elaborados e reelaborados: o eixo de diferenciação quantitativo – quantidade de letras na palavra, e o eixo de diferenciação qualitativo – letras utilizadas, repetidas ou não, podendo estes ocorrerem a nível interfigural – na comparação de uma palavra com a outra (se posso usar a mesma letra, aliteração, rima, se a letra pode se repetir como na outra palavra – se no nome de uma criança há letra repetida, ou se ela compreendeu a leitura de uma palavra onde isso acontece, aceitará mais facilmente que podem haver letras repetidas na palavra, comparar tamanho das palavras) e/ou intrafigural – na mesma palavra (se as letras vão se repetir, qual letra vou usar, com que letra começa, com que letra termina).
Nos estudos de Sofia Vernon, que Mara Póvoa compartilhou conosco na palestra, entendemos que o avanço dos pré-silábicos se fará por intervenções com:
atividades com alfabeto móvel;
cruzadinhas sem banco de palavras ( com banco de palavras ela torna-se atividade de leitura e não de escrita, sendo recomendável no 3º período, não agora.);
análise de banco de palavras;
escrita e análise dos nomes próprios.
Antes eu dava um ditado e escrevia a palavra correta abaixo da palavra do aluno, lia a que ele tinha escrito, ou pedia pra ele reescrever ( o que acabava sendo cópia). Agora entendo que é necessário, após o ditado, conversar com os alunos e fazê-los refletir sobre sua escrita. É preciso utilizar para isso o confronto entre a escrita de palavras grandes e pequenas, com uma ou mais partes ( simples ou compostas), organizar situações muito mais de escrita, mas também de leitura, com as referidas reflexões, como, por ex. “Porque você escreveu até o final da linha?; Se eu disse pão e mortadela, não tem que ser uma maior que a outra? Por que você escreveu todas do mesmo tamanho?”. Deve-se proporcionar os alunos situações de escrita, de ler o que escreveram, e principalmente de interpretar a escrita deles para nós, professores. O aluno deve saber explicar o que escreveu, até onde escreveu, porque escreveu igual se a escrita de uma palavra é menor ou maior que a outra. Precisa saber localizar uma palavra dentro da frase, da musica. Por exemplo:
ATIREI O PAU NO GATO. - escrita do aluno: ATKIE O PIEAIUO O CTO
Questionar:
Onde está escrito GATO? Ela deve pelo menos mostrar a palavra no final da frase, deve-se questionar qual palavra é maior, pau ou gato e porque ela escreveu pau com mais letras, sendo que a palavra é menor do que a palavra gato.
A CRIANÇA NÃO AMADURECE SEM INTERVENÇÃO – não vale fazer de qualquer jeito, é necessário saber o que faz.
Além disso a escrita do aluno não pode ser livre, deve ser determinada pelo professor, ou ele não vai saber o que escreveram e não poderá fazer as intervenções. Se o professor pede, por exemplo, para que os alunos escrevam nomes de frutas que gostem cada um escreverá uma coisa e o professor ficará perdido para formular suas perguntas sobre a escrita deles. Se, ao contrário, o professor questionar, por exemplo, do que gostam de brincar e escolher com os alunos a palavra pega-pega para escrita, poderá analisar que a palavra tem 2 partes, que as duas são iguais, portanto possuem escritas idênticas. São intervenções mais ajustadas.
Caso o aluno escreva errado, há necessidade da correção, com reescrita ou mesmo apagar a palavra para arrumá-la. Se deixar como está o conhecimento do aluno não irá avançar.
3º período - Reúne todas as características presentes nos níveis 3, 4, e 5 da Psicogênese, subdividindo-o em: período silábico, período silábico-alfabético e período alfabético.
Período silábico - a criança baseia sua escrita e sua leitura na pauta sonora, fazendo a correspondência entre letra e sílaba, sendo que essa última pode ser representada por consoante ou vogal. Na leitura de textos, quando a criança encontra mais letras do que sílabas na palavra, pode repetir sílabas, juntar ou pular letras.

Período silábico-alfabético - a criança sente a necessidade de encontrar um meio de análise do significante que vá além da sílaba mas, a dificuldade de abandonar o sistema precedente e de substituí-lo por outro é aqui representada. O tipo de escrita presente neste período é uma escrita híbrida (escrita silábica e alfabética numa mesma palavra).
Retomando a palestra, de acordo com Póvoa, são nessas duas fases que as crianças se estagnam, permanecendo muito tempo, apesar das intervenções dos professores. Aqui ela traz a contribuição de Cláudia Molinare, sobre como agir para que o conhecimento dos alunos avance.
Segundo Mara, Cláudia nos auxilia compreender que nesse período os alunos conseguem ler o que escreveram e por isso acomodam-se. O interessante aqui são as atividades que provocam conflito, como, por exemplo, preencher as consoantes das palavras pato, rato, gato, mato, nas quais pode-se solicitar aos alunos que olhem para dentro das palavras em cada uma das partes (silabas) e que pensem em como escrever cada uma, quando conseguem fazer isso sem ajuda, já estão alfabéticos. Pode-se também solicitar que escrevam palavras com letras repetidas, como: urubu, banana Amanda.
Alguns alunos ainda escrevem em desordem. Ex:
SALAME = SAMALE
SODA = SAOD
SABONETE = ASDONETE
Isso acontece porque esses alunos fazem análises separadas para cada parte da palavra (confesso que essa parte não entendi ainda muito bem, vou estudar mais sobre o assunto).
É interessante nesse período ainda o trabalho com o alfabeto móvel e os agrupamentos. Uma intervenção poderosa é o silêncio, nesse caso. É deixar o aluno falar, questionar, fazê-lo pensar pedir que leia o que escreveu, do jeito que escreveu e pedir que organize as partes para que a palavra fique melhor escrita. (Esse assunto é parte de uma entrevista com as autoras na Revista Leitura e Escrita de 2008).
Período alfabético - o aluno compreende como o sistema de escrita funciona, restam agora as questões ortográficas. Para esse período foi-nos recomendada a leitura de Artur Gomes de Morais que trata as regularidades e as irregularidades da língua. Assim que eu a fizer, partilharei com vocês. Quem tiver algo com o que contribuir será bem-vindo.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Recebi o texto a seguir de uma amiga. Acho sua leitura essencial, principalmente na primeira reunião de pais. É um bom ponto de partida para se propor a necessária parceria entre família e escola. É triste ver pais dando razão para a gente na hora da reunião, ou na frente da criança e em seguida, saber que os mesmos pais defensores da boa educação disseram no ônibus, ou para outra mãe que você estava errado. Certamente vou usar este texto!! Obrigada Jô!!
O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO
Jô Soares

O material escolar mais barato
que existe na praça é o
PROFESSOR!

É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

14º SALÁRIO PARA O PROFESSOR

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Há um projeto de lei no Senado em votação para o pagamento do 14º salário para o professor.
É só clicar em votar. Quando eu votei, hoje, às 17h36, haviam 33 mil votos e mais de 90% a favor. Somos muitos e é nossa vida em um clique.
Vamos lá! Clique no endereço abaixo e vote.

http://www.senado.gov.br/noticias/OpiniaoPublica/votar_enquete.asp

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Volta com a corda toda!!




Agora sim, estou com Internet decente e de ânimo renovado. Em 2011, até agora, darei aula em uma turma do 3º ano e as postagens daqui serão voltadas para esse público. Novo lay, nova sala, ainda estou repaginando o blog e preparando os posts. Por enquanto...
FELIZ ANO NOVO!!


Blog do 2º ano

quinta-feira, novembro 25, 2010

Estou sem Internet até o final dessa semana, espero... Já tenho crise de abstinência... Rs.
Esse é o endereço do blog que criei com meus alunos do 2º ano da Emefem Prof. Alfeu Luiz Gasparini, de Ribeirão Preto. Eles ficariam radiantes com alguns comentários. Postamos pelo laboratório de informática da escola: http://salavirtuallegal.blogspot.com . Todos vocês serão bem-vindos.

Dia Internacional da Mulher

domingo, março 07, 2010

Por que comemorar o Dia da Mulher em 8 de março de cada ano?

Esse dia foi escolhido em homenagem a 129 operárias que foram trancadas e morreram queimadas numa fábrica de tecidos. As trabalhadoras estavam numa manifestação, pedindo a diminuição da jornada de trabalho para 10 horas por dia e o direito à licença-maternidade. Isso aconteceu em 8 de março de 1857, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Com essa tragédia, vários movimentos e leis surgiram em proteção às mulheres.
Atividade
Pedi a turma que traga figuras recortadas de mulheres para trabalharmos na segunda-feira. Pedirei que eles contem das mulheres que existem em suas vidas, digam no que elas trabalham e que pensem se elas tivessem que trabalhar o dia todo, sem tempo para ficar com eles. Depois contarei a história do dia e solicitarei para que criem frases em grupo. Confeccionaremos um cartaz com as figuras e frases criadas.
É importante ter cuidado com as crianças que não moram com suas mães, ouvir suas histórias.
O que vale dessa atividade é entenderem que as mulheres merecem e devem ser respeitadas.

Habilidades da fala

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Falar é uma habilidade produtiva, assim como a escrita. Ela envolve o uso da linguagem para conseguir se comunicar com outras pessoas.

Principais conceitos

Marque o que muitas vezes as pessoas fazem quando falam:

1. Pronunciam palavras
2. Respondem às perguntas
3. Usam a entonação da voz
4. Pedem esclarecimentos ou esclarecem algo
5. Corrigem-se
6. Tomam parte nas discussões
7. Alteram o assunto, o conteúdo, ou o estilo de seu discurso de acordo com a forma como os seus ouvintes lhe respondem
8. Cumprimentam as pessoas
9. Planejam o que vão dizer
10. Sorriem ou choram
11. Pedem e dão informações
12. Respondem adequadamente
13. Persuadem
14. Começam a falar quando alguém pára
15. Contam histórias
16. Usam a gramática e o vocabulário corretamente
17. Usam diferentes verbos
18. Participam de conversas

Costumamos fazer todas essas coisas quando falamos, exceto 9 e 16. Falando não permite-nos tempo para fazer essas, exceto no discurso formal, como quando fazemos um discurso.

Aqui está uma lista das categorias que os outros pontos são exemplo de:
gramática e vocabulário (17)
funções (2,4,6,8,11,12,13,15)
características de fala encadeada (1,3)
appropriacy (12)
linguagem corporal (10)
interação (5, 7,14,18)

Interação é uma comunicação bidirecional que envolve o uso de linguagem e linguagem corporal para manter o nosso ouvinte envolvido no que estamos dizendo e verificar que eles compreendam o nosso significado. Exemplos dessas estratégias interativas são:

fazer contato visual, utilizando expressões faciais,
fazendo perguntas de verificação (por exemplo, você entende?),
esclarecendo o seu significado – “ O que eu estou tentando dizer é que...”,
confirmando entendimento – hum, certo.

Nós falamos com fluência e precisão. Fluência é quando falamos a uma velocidade normal. Precisão no discurso é o uso de formas corretas de gramática, vocabulário e pronúncia. Quando falamos, usamos diferentes aspectos da língua, dependendo do tipo de fala que estamos envolvidos, por ex. quando você vai a uma loja para comprar alguns doces e pergunta ao lojista qual o preço. Então, depois de deixar ele responder, você não fala muito mais, pede o que quer e pronto; se você vai ao banco para pedir ao gerente um empréstimo, provavelmente terá que falar muito mais. Se você fizer uma refeição com todos os seus parentes, também usará muito a fala com eles. Como você pode ver, falar é uma atividade complexa.

Principais conceitos da fala trabalhados em sala de aula no ensino da língua


Nós podemos auxiliar nossos alunos a desenvolver habilidades de fala, centrando-se regularmente sobre aspectos particulares: fluência, pronúncia, correção gramatical e linguagem corporal.
Atividades de prática planejada podem fornecer, se for limitada, a preparação para falar com intenção de comunicação, interação ou com fluência adaptada para ser entendido.
Às vezes, os alunos falam mais com boa vontade em sala de aula quando eles têm uma razão para se comunicar, por exemplo, para resolver um problema ou dar aos outros colegas algumas informações de que necessitam.
Como falar é como uma habilidade complexa, os alunos em sala de aula podem precisar de muita ajuda para se prepararem para falar, por exemplo: prática do vocabulário necessário, o tempo para organizar suas idéias eo que eles querem dizer, a prática de pronunciar as palavras e expressões novas, a prática na realização de uma tarefa, antes de falar livremente.
Alunos, especialmente as crianças, podem precisar de que você pratique com eles atividades que lhe dêem oportunidade para falar, como nas rodas de conversa.
É importante que os alunos tenham liberdade para falar, discutir e perguntar.

Reflexão

Como seus professores lhe ensinar a falar em determinadas situações? Como ao cumprimentar o diretor, o colega que faz aniversário, ou uma visita na sala de aula, ao falar em um discurso, a conversar com seus colegas? Será que você tem bastante prática em todos os aspectos da fala?
Quais os aspectos da fala você acha mais fácil e mais difícil agora? É fácil para você falar em público?Você ensina falando da mesma forma que lhe ensinaram isso? Por quê? Por que não?

domingo, fevereiro 21, 2010

Ângela, o que há nos Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil sobre a qualidade de som e imagem ofertada para as crianças é:


No volume um:



ESPAÇO FÍSICO E RECURSOS MATERIAIS


A estruturação do espaço, a forma como os materiais estão organizados, a qualidade e adequação dos mesmos são elementos essenciais de um projeto educativo. Espaço físico, materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e mobiliários não devem ser vistos como elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional que refletem a concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares da aprendizagem. Sua presença desponta como um dos indicadores importantes para a definição de práticas educativas de qualidade em instituição de educação infantil. No entanto, a melhoria da ação educativa não depende exclusivamente da existência destes objetos, mas está condicionada ao uso que fazem deles os professores junto às crianças com as quais trabalham. Os professores preparam o ambiente para que a criança possa aprender de forma ativa na interação com outras crianças e com os adultos.


No volume três:


PRESENÇA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
IDÉIAS E PRÁTICAS CORRENTES


A música no contexto da educação infantil vem, ao longo de sua história, atendendo a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem. Tem sido, em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o farol etc.; a realização de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo simbolizados no dia da árvore, dia do soldado, dia das mães etc.; a memorização de conteúdos relativos a números, letras do alfabeto, cores etc., traduzidos em canções. Essas canções costumam ser acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e estereotipada.
Outra prática corrente tem sido o uso das bandinhas rítmicas para o desenvolvimento motor, da audição, e do domínio rítmico. Essas bandinhas utilizam instrumentos — pandeirinhos, tamborzinhos, pauzinhos etc. — muitas vezes confeccionados com material inadequado e conseqüentemente com qualidade sonora deficiente. Isso reforça o aspecto mecânico e a imitação, deixando pouco ou nenhum espaço às atividades de criação ou às questões ligadas a percepção e conhecimento das possibilidades e qualidades expressivas dos sons.
Ainda que esses procedimentos venham sendo repensados, muitas instituições encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional. Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área de Música e nas demais áreas do conhecimento, evidenciada pela realização de atividades de reprodução e imitação em detrimento de atividades voltadas à criação e à elaboração musical. Nesses contextos, a música é tratada como se fosse um produto pronto, que se aprende a reproduzir, e não uma linguagem cujo conhecimento se constrói. A música está presente em diversas situações da vida humana. Existe música para adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o povo a lutar, o que remonta à sua função ritualística. Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as festividades e os momentos próprios a cada manifestação musical. Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura musical desde muito cedo e assim começam a aprender suas tradições musicais (É o caso das crianças indígenas, ou das crianças integrantes de comunidades musicais, como os filhos de integrantes de Escolas de Samba, Congadas, Siriris etc.).
Mesmo que as formas de organização social e o papel da música nas sociedades
modernas tenham se transformado, algo de seu caráter ritual é preservado, assim como certa tradição do fazer e ensinar por imitação e “por ouvido”, em que se misturam intuição, conhecimento prático e transmissão oral. Essas questões devem ser consideradas ao se pensar na aprendizagem, pois o contato intuitivo e espontâneo com a expressão musical desde os primeiros anos de vida é importante ponto de partida para o processo de musicalização. Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos, etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados.
Pesquisadores e estudiosos vêm traçando paralelos entre o desenvolvimento infantil e o exercício da expressão musical, resultando em propostas que respeitam o modo de perceber, sentir e pensar, em cada fase, e contribuindo para que a construção do conhecimento dessa linguagem ocorra de modo significativo,. O trabalho com Música proposto por este documento fundamenta-se nesses estudos, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. Compreende-se a música como linguagem e forma de conhecimento. Presente no cotidiano de modo intenso, no rádio, na TV, em gravações, jingles etc., por meio de brincadeiras e manifestações espontâneas ou pela intervenção do professor ou familiares, além de outras situações de convívio social, a linguagem musical tem estrutura e características próprias, devendo ser considerada como:
• produção — centrada na experimentação e na imitação, tendo como produtos musicais a interpretação, a improvisação e a composição;
• apreciação — percepção tanto dos sons e silêncios quanto das estruturas e organizações musicais, buscando desenvolver, por meio do prazer da escuta, a capacidade de observação, análise e reconhecimento;
• reflexão — sobre questões referentes à organização, criação, produtos e produtores musicais.
Os jogos de mãos, tradicionais e presentes em todas as culturas, caracterizam-se pelas brincadeiras rítmicas ou melódicas integrando texto e batimentos com as mãos, realizadas por duplas, trios ou quartetos de crianças. Exemplos: “Eu com as
quatro”, “No velho Oeste”, “Fui à China” etc.
Nesse sentido, deve-se pesquisar o trabalho do educador musical inglês Keith Swanwick, da americana Marilyn P. Zimmerman, do compositor e pedagogo francês François Delalande e do americano Howard Gardner, entre outros.
Tudo aquilo que resulta da organização dos sons em linguagem musical.
Deve ser considerado o aspecto da integração do trabalho musical às outras áreas, já que, por um lado, a música mantém contato estreito e direto com as
demais linguagens expressivas (movimento, expressão cênica, artes visuais etc.), e, por outro, torna possível a realização de projetos integrados. É preciso cuidar, no entanto, para que não se deixe de lado o exercício das questões especificamente musicais.
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentem necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da auto-estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração
social.


A CRIANÇA E A MÚSICA


O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que os bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas, parlendas etc., reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem. Encantados com o que ouvem, os bebês tentam imitar e responder, criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo e cognitivo, responsáveis pela criação de vínculos tanto com os adultos quanto com a música. Nas interações que se estabelecem, eles constroem um repertório que lhes permite iniciar uma forma de comunicação por meio dos sons.
O balbucio e o ato de cantarolar dos bebês têm sido objetos de pesquisas que apresentam dados importantes sobre a complexidade das linhas melódicas cantaroladas até os dois anos de idade, aproximadamente. Procuram imitar o que ouvem e também inventam linhas melódicas ou ruídos, explorando possibilidades vocais, da mesma forma como interagem com os objetos e brinquedos sonoros disponíveis, estabelecendo, desde então, um jogo caracterizado pelo exercício sensorial e motor com esses materiais. A escuta de diferentes sons (produzidos por brinquedos sonoros ou oriundos do próprio ambiente doméstico) também é fonte de observação e descobertas, provocando respostas. A audição de obras musicais enseja as mais diversas reações: os bebês podem manter-se atentos, tranqüilos ou agitados. Do primeiro ao terceiro ano de vida, os bebês ampliam os modos de expressão musical pelas conquistas vocais e corporais. Podem articular e entoar um maior número de sons, inclusive os da língua materna, reproduzindo letras simples, refrões, onomatopéias etc., explorando gestos sonoros, como bater palmas, pernas, pés, especialmente depois de conquistada a marcha, a capacidade de correr, pular e movimentar-se acompanhando uma música.
No que diz respeito à relação com os materiais sonoros é importante notar que, nessa fase, as crianças conferem importância e equivalência a toda e qualquer fonte sonora e assim explorar as teclas de um piano é tal e qual percutir uma caixa ou um cestinho, por exemplo. Interessam-se pelos modos de ação e produção dos sons, sendo que sacudir e bater são seus primeiros modos de ação. Estão sempre atentas às características dos sons ouvidos ou produzidos, se gerados por um instrumento musical, pela voz ou qualquer objeto, descobrindo possibilidades sonoras com todo material acessível. Assim, o que caracteriza a produção musical das crianças nesse estágio é a exploração do som e suas qualidades — que são altura, duração, intensidade e timbre — e não a criação de temas ou melodias definidos precisamente, ou seja, diante de um teclado, por exemplo, importa explorar livremente os registros grave ou agudo (altura), tocando forte ou fraco (intensidade), produzindo sons curtos ou longos (duração), imitando gestos motores que observou e que reconhece como responsáveis pela produção do som, sem a preocupação de localizar as notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) ou reproduzir exatamente qualquer melodia conhecida. E ainda que possam, em alguns casos, manter um pulso (medida referencial de duração constante), a vivência do ritmo também não se subordina à pulsação e ao compasso (a organização do pulso em tempos fortes e fracos) e assim vivenciam o ritmo livre. Diferenças individuais e grupais acontecem, fazendo com que, aos três anos, por exemplo, integrantes de comunidades musicais ou crianças cujos pais toquem instrumentos possam apresentar um desenvolvimento e controle rítmico diferente das outras crianças, demonstrando que o contato sistemático com a música ampla o conhecimento e as possibilidades de realizações musicais.
A expressão musical das crianças nessa fase é caracterizada pela ênfase nos aspectos intuitivo e afetivo e pela exploração (sensório-motora) dos materiais sonoros. As crianças integram a música às demais brincadeiras e jogos: cantam enquanto brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e dramatizam situações sonoras diversas, conferindo “personalidade” e significados simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à sua produção musical. O brincar permeia a relação que se estabelece com os materiais: mais do que sons, podem representar personagens, como animais, carros, máquinas, super-heróis etc. A partir dos três anos, aproximadamente, os jogos com movimento são fonte de prazer, alegria e possibilidade efetiva para o desenvolvimento motor e rítmico, sintonizados com a música, uma vez que o modo de expressão característico dessa faixa etária integra gesto, som e movimento. Aos poucos ocorre um maior domínio com relação à entoação melódica. Ainda que sem um controle preciso da afinação, mas já com retenção de desenhos melódicos e de momentos significativos das canções, como refrão, onomatopéias, o “to-to” de “Atirei o pau no gato” etc. A criança memoriza um repertório maior de canções e conta, conseqüentemente, com um “arquivo” de informações referentes a desenhos melódicos e rítmicos que utiliza com freqüência nas canções que inventa. Ela é uma boa improvisadora, “cantando histórias”, misturando idéias ou trechos dos materiais conhecidos, recriando, adaptando etc. É comum que, brincando sozinha, invente longas canções. A expressão “desenho melódico” refere-se à organização dos sons com diferentes alturas que sugerem o contorno da melodia.
Aos poucos, começa a cantar com maior precisão de entoação e a reproduzir ritmos simples orientados por um pulso regular. Os batimentos rítmicos corporais (palmas, batidas nas pernas, pés etc.) são observados e reproduzidos com cuidado, e, evidentemente, a maior ou menor complexidade das estruturas rítmicas dependerá do nível de desenvolvimento de cada criança ou grupo. Além de cantar, a criança tem interesse, também, em tocar pequenas linhas melódicas
nos instrumentos musicais, buscando entender sua construção. Torna-se muito importante poder reproduzir ou compor uma melodia, mesmo que usando apenas dois sons diferentes e percebe o fato de que para cantar ou tocar uma melodia é preciso respeitar uma ordem, à semelhança do que ocorre com a escrita de palavras. A audição pode detalhar mais, e o interesse por muitos e variados estilos tende a se ampliar. Se a produção musical veiculada pela mídia lhe interessa, também mostra-se receptiva a diferentes gêneros e estilos musicais, quando tem a possibilidade de conhecê-los.


O fazer musical


O fazer musical é uma forma de comunicação e expressão que acontece por meio da improvisação, da composição e da interpretação. Improvisar é criar instantaneamente, orientando-se por alguns critérios pré-definidos, mas com grande margem a realizações aleatórias, não-determinadas. Compor é criar a partir de estruturas fixas e determinadas e interpretar é executar uma composição contando com a participação expressiva do intérprete.
Nessa faixa etária, a improvisação constitui-se numa das formas de atividade criativa. Os jogos de improvisação são ações intencionais que possibilitam o exercício criativo de situações musicais e o desenvolvimento da comunicação por meio dessa linguagem. As crianças de quatro a seis anos já podem compor pequenas canções. Com os instrumentos musicais ainda é difícil criar estruturas definidas, e as criações musicais das crianças geralmente situam-se entre a improvisação e a composição, ou seja, a criança cria uma estrutura que, no entanto, sofre variações e alterações a cada nova interpretação. A imitação é a base do trabalho de interpretação. Imitando sons vocais, corporais, ou produzidos por instrumentos musicais, as crianças preparam-se para interpretar quando, então, imitam expressivamente.


Há muito mais nos Referenciais, recomendo a leitura na íntegra. Afinal, qualidade não é só de produtos bons e sim do bom uso que faremos deles. Espero ter auxiliado em algo.


Você pode baixar os RCNEI e outros materiais importantes, do MEC, referentes à Educação Infantil no link abaixo: